Em 1991, o Yes já era uma banda “velha”. Na verdade, já o eram desde o fatídico 1977, mas, em 91 eram realmente 40tões. E pensar que ano passado os agora 60tões lançaram álbum novo! (leia aqui sobre o álbum e também pra ter mais informações sobre eles). É, um dos grupos progressivos mais queridos/odiados e influentes, os ingleses estão mesmo há muito tempo na estrada e têm muita história pra contar.
Por isso, vi com curiosidade o documentário Yes Years,
que traça a história do conjunto desde seus primórdios sessentistas até o
lançamento de Union de 1991, ano desse rockumentary.
Sem
narrador, a trajetória do Yes é traçada a partir de entrevistas com quase todos
os membros e ex-integrantes. História complicada, porque desavenças e egos
inchados ocasionaram saídas, voltas e trocas na formação. Figuras públicas, os
músicos são bastante diplomáticos e mantém uma “versão pra imprensa”, cheia de
clichês como “diferenças criativas”, “cansaço”, “crescimento em outras
direções” etc. Esses programas podem ser meio frustrantes, porque requerem extensa
leitura de entrelinhas.Rick Wakeman fala mais abertamente mal do experimental, megalomaníaco e chato Tales From Topographic Oceans (1974); Bill Bruford chama Robert Fripp, do King Crimson, de pretensioso, complementando com um “Deus o abençoe”; Jon Anderson finge arrepender-se de haver levado a banda a fazer algo que ninguém realmente tinha vontade e até admite o apelido de Napoleão (baixinho e mandão). Mas, na maior parte das mais de 2 horas, temos a versão pública dos fatos.
Entretanto, é precioso aprender sobre o processo de
composição de obras-primas como Close to the Edge (1972) e se tocar que a
canção Yours is No Disgrace tem influência do tema do seriado Bonanza! Bobagem
que fã adora.
Recheado com trechos de shows e vídeos, que vão desde
os anos 60 até os ensaios pra Union, Yes Years é um diamante nesse quesito.
Não há quase informação – e nada de imagens – sobre o
álbum de estreia. A ênfase é nos anos prog e na fase oitentista, mais pra rock
de arena, quando o Yes alcançou público inédito em termos de vendas e gritaria
feminina em shows (mérito do guitarrista Trevor Rabin, como brinca seriamente
Jon Anderson).
A história vai até o álbum Big Generator (1987). O imbróglio subsequente é estrategicamente deixado de lado. Nada sobre a batalha judicial entre Chris Squire (detentor da “marca” Yes) e Jon Anderson, Bill Bruford, Rick Wakeman e Steve Howe, que obrigou esses 4 a gravarem e excursionarem em um grupo cujo nome consistia em seus famosos sobrenomes. Union resultou, em parte, de pressão da gravadora, mas é apresentado como reunião quase espontânea de membros e ex-integrantes (Peter Banks ficou de fora).
Yesyears é um produto da própria banda, por isso, seria
ingênuo esperar revelações bombásticas dos podres internos. A história está lá,
como eles escolheram divulgar. As idas e vindas estão lá; a discussão se a
história é “verdadeira” ou “falsa”, deixo pra historiadores. Edulcorada ela é!
Amo esses caras, a voz fininha do Napoleão inglês está
incrustada em meus neurônios, há 30 anos não passa semana sem que
assobie/cantarole trechos de Siberian Khatru, Close to the Edge é minha “música
clássica”.
Por
isso, amei Yesyears, que, pode ser visto no You Tube, sem legendas.
pobres mortais, com estrela ou sem, o conflito é pertinente.....o q vale é o legado q essa banda deixa pra humanidade (bem ufanista, eu!). Yes sempre Yes.
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