Roberto Rillo Bíscaro
Redimindo-me da bronha comida com Oasis de Bethânia, ouvi As Mulheres de Péricles, recém-lançado pela Joia Moderna. Cantoras da nov(íssim)a lapidagem da MPB regravam Péricles Cavalcanti, compositor que já trabalhou com meio mundo: de Gil a José Celso Martinez Correia, de Regina Casé a Augusto de Campos.
Redimindo-me da bronha comida com Oasis de Bethânia, ouvi As Mulheres de Péricles, recém-lançado pela Joia Moderna. Cantoras da nov(íssim)a lapidagem da MPB regravam Péricles Cavalcanti, compositor que já trabalhou com meio mundo: de Gil a José Celso Martinez Correia, de Regina Casé a Augusto de Campos.
Das 17 Aspásias escolhidas por Nina Cavalcanti, filha
de Péricles e curadora do álbum, conhecia Céu e Blubell e ouvira falar em Tulipa
Ruiz e Tiê. Boa chance pra me sintonizar na vibe
atual. Embora essas canções tenham sido gravadas por grandes como Caê Velô, Gal
e Calcanhoto, não me lembrava/conhecia nenhuma, então não tenho parâmetro de
comparação com os originais (mas tenho com outras cantoras, óbvio). Bom, assim
não fiquei esperando que tal menina fizesse igual ou superasse ninguém.
De modo geral, gostei de Mulheres de Péricles, cujas
faixas foram produzidas pelas cantoras, conforme quiseram. Nina Cavalcanti
escolheu o repertório e deu pras cantoras trabalharem em cima.
Minha favorita é o pop assobiável e intoxicante da
marota Tulipa Ruiz. A helênica Porto Alegre integrará minha trilha sonora pra
viagens, caminhadas etc.
O Céu e o Som, de Nina Becker, funciona como vingança
de Marisa Monte: há 20 anos tinha quem dissesse que ela fazia o que Gal fizera
2 décadas antes. Agora Becker faz agradavelmente o que Monte fez há 18 anos com
Carlinhos Brown em Verde, Amarelo, Anil, Cor-De-Rosa e Carvão. Não é decalque, mas tem Marisa nessa cadeia de DNA. E isso não é
defeito.
Bluebell canta em inglês
e injeta fraseados de jazz, provando que tem fôlego...pra cantora pop.E isso nãop é defeito. Fofa,
Bossa Nova é twee MPB.
Ode Primitiva, de Bárbara Eugênia é
baião com tecnobnrega? Longe de
novidade, e isso não importa, curti a sonoridade modernosa que algumas cantoras
deram a ritmos “tradicionais” tipo o reggae de Clariô. Iara Rennó, com Nossa
Bagdá, mescla clima “árabe” com um pouco de drill’n’bass.
Musical, de Ava Rocha, me pregou
peça. Na primeira audição, não gostei da voz e achei meio chato, exceto pela
guitarra jazzificada. Agora vivo cantarolando “tudo discorda em harmonia
universal/tudo é assim, musical”.
Sabem
o que é mais maravilhoso? Podermos baixar Mulheres de Péricles aqui, sem
incorrer em contravenção. A Joia Moderna disponibiliza-o pra download num site criado pro projeto.
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