sábado, 29 de dezembro de 2012

“RECURSOS E POSSIBILIDADES PARA TODOS”

A comunidade Albinos do meu Brasil e do Mundo é um espaço no Facebook, onde pessoas com ou sem albinismo trocam experiências e informações.
Ontem li o relato de Nereida Santos, residente no ensolarado Rio de Janeiro, mãe de 2 filhos, um sem e outra com albinismo.
O texto é tão rico que pedi autorização pra publicá-lo. Como podem ver, obtive-a. Obrigado, Nereida.  

Sou mãe de um casal, a caçula é uma criança com albinismo, o mais velho não.
Antes da chegada da filhota, somente com o filho mais velho, tivemos seis anos de novidades, aprendizados, surpresas, certezas, medos, acertos e erros, com muito amor. A cada ano na escola, nas atividades esportivas etc., passamos por ansiedades e expectativas; e ao longo do processo, tudo está se acertando. Hoje, ele é um garotinho de 8 anos que adquire confiança a cada dia, supera os medos de cada idade e produz muita vida e alegria por onde passa; parece, que dos erros e acertos de pais, no seu aprendizado de o sermos, estamos fazendo alguns acertos.
A filhota, hoje com 4 anos, é uma alegria nas nossas vidas, energia em movimento! Ama esportes, faz capoeira e natação, adora correr, é uma explosão de VIDA e AMOR!
Quando soubemos do albinismo, a primeira reação foi a de que tudo seria superado, depois, tivemos alguns receios mais intensos, o que nos levou a nos cercarmos de um time de profissionais de saúde (que hoje nos acompanha), e de informação, tanto sobre o albinismo, quanto sobre os direitos das pessoas com albinismo.
Inseri-me no Benjamin Constant para conhecer outras crianças e mães, fui para a Bahia para o II Encontro das Pessoas com Albinismo; acessamos a internet, que nos ajuda muito; lemos livros, artigos científicos, blogs (como o do Roberto Biscaro, o Albinos(as) do Nosso do Nordeste etc.), o site da APALBA; entramos para a comunidade do FACE, onde cada post nos serve de ferramenta; discutimos com as crianças (nossos filhos) sobre albinismo, inclusive com a ajuda do livro da Patrícia Prado (Pedrinho o menino albino), não paramos...
Assim como com o mais velho, acertamos e erramos, mas não deixamos de seguir em frente, a cada dia são produzidas possibilidades de independência e crescimento para a nossa filha, para a nossa família, e não fazemos disso sofrimento, transformamos as dúvidas e receios na nossa possibilidade de superação, aprendizados e conquistas.
Quanto ao cotidiano da infância, por exemplo, na quarta-feira (27/12), dia carioca mais quente dos últimos 97 anos, fomos para a praia, foi ótimooooooo. Chegamos lá às 17h, e brincamos sob a brisa do mar e da sombrinha da barraca até o sol sair de cena, e depois.... muito banho de mar, foi maravilhoso!!! Claro que não faltaram os protetores solares, bonés e óculos escuros!!!
Ontem, pracinha!! Bicicleta, muita areia, e alegria. Amamos o final do dia!! Nos adaptamos à rotina de lazer vespertino, e tudo está se ajustando. Inclusive, os amigos e parentes que querem nossa companhia, já fazem suas programações em lugares e com propostas que possamos participar, passeios no final do dia, lugares arborizados, viagens para lugares com sombrinha etc.
Na escola, não temos tido problemas. Por certo, ainda não estamos na fase da alfabetização ou do bullying, mais característico da adolescência, mas começamos a nos preparar para isso. Até agora, com as orientações da TO, e com a construção de parceria com a escola, ressaltando nosso direito à educação de qualidade, sem descriminação e preconceito, e que inclusão é mais do que matricular as pessoas com “diferença”, é formar uma cultura de que não há normal e diferente (pois, afinal, o que é normal??), e que existem recursos e possibilidades para todos, caminhamos nas parcerias e aprendizados, pois todas as vidas merecem ser construídas com respeito aos seus direitos de igualdade, já que independentemente de formas e critérios, sempre valem a pena!

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