Roberto Rillo Bíscaro
Em meados dos anos 1970, boa parte do planeta foi abocanhada
pela tubarãomania desencadeada por Jaws, de Steven Spielberg. Desde então, a
onda tubaronesca não se dissipou. Este semestre resenhei uma produção pra TVsobre um, albino. Além disso, vi ou li sobre filmes de tubarão que atacava na
areia, no gelo ou tinha 2 cabeças. Quer dizer, filmes sobre esses animais constituíram
um subgênero com vida própria.
De carona na primeira onda
tubarônica, a Hanna Barbera lançou Jabberjaw, que teve 16 episódios entre
76-77. No Brasil, a personagem ficou conhecida como Tutubarão e soube que até
há um par de anos ainda nadava em algum canal de nossas telinhas abertas.
Amava o desenho quando guri e decidi ver toda a série,
dessa vez em inglês.
Jabberjaw é uma aula de reciclagem oportunista.
Trata-se dum grupo pop muito sem graça – Os Netunos – que têm um
tubarão-baterista de estimação e andam por um mundo futurista subaquático
resolvendo mistérios. Josie e as Gatinhas (também um grupo pop), Scooby Doo
(grupo de jovens com um cão de estimação que resolve mistérios), Flintstones
(os trocadilhos com os topônimos, tipo Aquapulco ou Barcelaqua) e os 3 Patetas
(Tutubarão tem os mesmos maneirismos vocais de um deles) são as referências
escarradas.
Na verdade, Tutubarão é um cachorro-detetive anfíbio,
basta ver como às vezes ele fareja o rastro dos bandidos.
Mas, como resistir ao charme azul e branco dessa fofura
de 15 pés de altura, que vive a pedir respeito e não consegue?
Guardarei tudo pra quando estiver velhinho e der outra
onda de saudosismo. Só dispensaria aquelas risadinhas enlatadas em horas tão
nada a ver...
Nhac, nhac, nhac!
A produtora Hanna Barbera se auto plagiava à exaustão, mas seus desenhos marcaram tanto a nossa infância que a gente nem se importa...
ResponderExcluir