domingo, 27 de janeiro de 2013

SUPERAÇÃO HIP HOP ALBINA

Um jornal da cidade inglesa de Oxford publicou sobre um albino que emigrou para a China, superou suas limitações e hoje atua como artista de hip hop em bares da cidade de Xangai.


Rapper com Albinismo é Estrela no Oriente
Debbie Waite
(Tradução: Roberto Rillo Bíscaro)
Crescer em Oxford como o filho albino de um casal paquistanês foi difícil para Imran Zeb. Mas, agora ele crê que tudo foi um plano de Deus para torná-lo um rapper chinês.
Imran Zeb nasceu em 16 de junho de 1979, chocando seus pais, que, repentinamente, tinham um “filho branco”.  
“Mamãe e papai nunca falaram muito disso, mas deve ter sido bem estressante para eles”, comenta. “Eles obviamente ficaram chocados com aquele ‘bebê branco’, que teria de conviver com 2 irmãos de pele escura. Eu era membro de uma família e de uma comunidade muçulmana, onde todos tinham pele escura, exceto eu.”
“Na escolinha não foi tão difícil, porque crianças pequenas tendem a não classificar muito as pessoas, mas, perto do final, comecei a sentir o começo do isolamento”.
Além da pele branca, o albinismo significava que seus olhos não paravam de se mexer e o menino tinha que usar grossos óculos. “Nada bom para um garoto em idade escolar”, ele brinca. “No ensino médio, eu não tinha nenhum amigo de verdade e muito menos namoradas”.
Imran adorava rap e hip hop. “Apesar de me sair muito bem nos estudos, nada de namoradas!”
“Descobri Brother Ali, um rapper albino dos EUA e comecei a fazer minhas próprias rimas, nas páginas traseiras de meus livros”.
Ele graduou-se em História e em 2005 visitou a China, onde teve uma revelação.
“Adorei o anonimato e tantas possibilidades.” Tempos depois, comunicou aos pais que se mudaria para Xangai para ensinar inglês.
Ele lembra: “eles estavam preocupados sobre como eu me arranjaria. Mas eu fui pra lá, abandonei minha bengala e lentes de aumento e me senti estranhamente em casa, mesmo sem saber chinês e com ninguém falando inglês!”
Ele conheceu Hui Fen, com quem se casou em 2007. “Sempre me preocupara ter filhos albinos”, revela. “Quando meu primogênito nasceu sem a condição foi um alívio!” Seu segundo filho também não tem albinismo.
Desde que se mudou para Xangai, Imran tem perseguido seu sonho de se tornar um artista do hip hop e, agora fluente, compõe e canta em chinês.
Com o nome artístico de Hanafi, ele se apresenta em bares alternativos da cidade.
Ele conta: “a música chinesa é muito censurada e canto sobre política e religião, o que é um risco, mas, vale a pena.”
“Dentro de alguns anos, quero me mudar de volta a Oxford com minha família e fazer meu nome no mundo da música. Adoro a China, mas, sinto falta do ar puro, do espaço e do leite de Oxford!”
“Outro dia, meu filho mais velho apontou para meu cabelo e perguntou por que era mais claro que o dele. Ele terá que lidar com diversas coisas durante seu crescimento, porque o pai dele é albino. Espero, que como eu, ele perceba que tudo acontece por alguma razão”. 

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