Filho de agricultores, com onze irmãos e o pai doente desde os seis anos, Durley aprendeu a tirar de seu trabalho o sustento e dividi-lo com a família. Trabalhou na roça, foi engraxate, teve uma vida dura e sua meta era conseguir dinheiro para colocar comida em casa. Ao chegar em Brasília, o destino lhe pregou outra peça e aos 17 anos decidiu sair de casa para mudar sua sina.
Mas, a vida piorou. Durley acabou virando morador de rua. Foram sete meses sem abrigo, debaixo de sol e de chuva e dormindo sob frias marquises. Não se envolveu com drogas, prostituição e nenhum vício, mesmo sendo tentado diariamente. Ele não aceitava a vida desumana de estar à margem da sociedade, do submundo e da humilhação. Foi aí que decidiu lutar contra um destino comum aos perdedores e resolveu recuperar a dignidade e vencer na vida.
Durley começou a lembrar de receitas dos tempos de roça e sempre quis trabalhar com gêneros alimentícios. O primeiro a ajudá-lo nesta odisseia foi o dono de uma casa de refrigeração, que vendeu os maquinários para que Durley pudesse montar uma loja, aceitando cheques que o mesmo havia pedido para um amigo.
Um outro amigo, músico e jornalista, fez um empréstimo em seu próprio nome para pagar a reforma e a caução da loja que Durley sonhava, em outubro de 2010. Em abril de 2011 nascia a Tapiocaria Raízes do Sertão, na Asa Norte, bairro nobre de Brasília.
Hoje, o restaurante tornou-se uma rede de franquias, com uma nova filial pronta para ser aberta na Asa Sul de Brasília. Além disso, já acumula 17 pedidos de franquias para o ano que vem.
Com novas receitas, novas técnicas, logo a casa ganhou reconhecimento dos clientes. Hoje, o antigo morador de rua tem dignidade, respeito e um negócio próprio de sucesso.
“Você só é coitado quando você se sente coitado”, conclui.
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