terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

TELINHA QUENTE 71

A despeito do descompasso do último capítulo da primeira fornada de American Horror Story (leia minha resenha aqui), segui os 13 episódios de American Horror Story Asylum. Gosto de horror, adoro filmes em casas labirínticas e um amigo fofocou via SMS que James Cromwell estava no elenco, além, claro, de Jessica Lange, sensação da primeira encarnação da série.
Como indica o título, a história se desenrola em um hospital psiquiátrico. Anos 60, mas nada de gente desabrochando em primaveras flower power. Os realizadores trocaram o terror sobrenatural dos fantasmas pelo horror engendrado pela entidade suprema nesse quadrante, o homem. A instituição está nas mãos da Irmã Jude (Lange, arrasadora) e do Dr. Arthur Arden (Cromwell, tudo de bom), religião e (pseudo)ciência se estranhando, mas, mostrando que se completam nos requintes de crueldade e obscurantismo. Terapia de aversão pra “curar” homossexualidade, eletrochoque, lobotomia, experimentos de fugitivo nazista, internação pra corrigir um casamento inter-racial. Achei ótimo o foco recair sobre nossa miséria (pseudo)humana.
Ambientação, efeitos especiais e interpretações de primeira; a trama complica-se e adensa-se; a piração despiroca; as revelações e choques de horror e drama não dão trégua. Citações pipocam, como O Massacre da Serra Elétrica e O Exorcista, pra citar as mais óbvias.
Algum fio ficava solto ou trama paralela parecia desnecessária, como a possível abdução alienígena, o que não comprometia o enredo. Aos poucos, entretanto, a deterioração se fazia sentir até que nos 3 capítulos conclusivos, a coisa desanda feio.
Personagens vitais são eliminadas sem que suas tramas tenham resolução, Sisster Jude passa de vilã à chata de galocha, a trama alienígena ganha destaque e passa a destoar do resto incomodamente e o tom se altera pra drama, como na primeira temporada. O problema é que desta feita foram capítulos e não momentos dentro de um. O penúltimo é particularmente penoso pra ver, pra quem curte terror. Mais parecia Presídio de Mulheres misturado com Six Feet Under (mas, já sem James Cromwell).
Parece que os caras entopem o roteiro com problemas, os quais são incapazes de resolver dentro do gênero horror. Vergonha. Possivelmente não veja uma terceira vinda de American Horror Story.

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