domingo, 31 de março de 2013

ROTA DA LUA NA TV BRASIL

Em 2010, noticiei a produção dum filme panamenho com protagonista albino. Leia aqui.

Hoje, às 22:30, a TV Brasil exibirá o filme pela primeira vez no Brasil. Veja a sinopse, copiada do site da emissora:

Ruta de la luna
Viagem pela América Central proporciona convívio entre pai e filho

Tito, um solitário albino, sai de San José, na Costa Rica, e percorre mais de mil quilômetros pela América Central de volta ao Panamá para participar de um torneio de boliche. Apesar de doente, Cesar, seu pai, um mulato e enérgico lutador de boxe, teima em acompanhá-lo e em apoiá-lo pela primeira vez em décadas.
Essa jornada recordará a pai e filho os motivos pelos quais não conversaram nem se viram por tantos anos, enquanto uma estranha praticante de candomblé promoverá a redefinição das suas vidas e a relação entre o albino e o casmurro ancião.
Ser diferente. Esta não é uma tarefa fácil, em qualquer sociedade, menos ainda no Panamá, onde o comportamento social está confinado em um único panorama. Quando a diferença se dá na pele, e é tão visível como o albinismo, a situação fica bem difícil. Ainda mais quando o próprio pai é um representante feroz dos valores tradicionais. Este é o caso de Tito, um entusiasta de boliche introvertido que, de repente, e contra a sua vontade, deve viajar na companhia de Cesar, seu pai doente, com quem tem uma relação muito distante.
O desejo de Tito é só retornar para o Panamá o mais rápido possível para poder participar de um torneio de boliche, mas Cesar tem planos diferentes para ele. Tito é forçado a dirigir com seu pai de volta ao país natal no velho, mas ainda bom carro Lada de seu pai, que se torna o próximo ringue nas brigas entre pai e filho. Inédito. 75 min.
Título original: Ruta de la luna. País de origem: Panamá. Ano de estreia: 2011. Gênero: drama. Direção: Juan Sebastián Jácome, com Jimmy David Suárez, Luis Gotti, Victoria Greco.
http://tvbrasil.ebc.com.br/soylocoporticinema/episodio/ruta-de-la-luna

Ruta de la Luna será reprisado dia 05, às 00:30.
 

sábado, 30 de março de 2013

ALBINISMO NA CBN

Albinos são invisíveis para as estatísticas oficiais brasileiras
Esta semana, dei entrevista pra rádio CBN. Também o pesoal do Grupo de Pessoas com Albinismoo do Rio de Janeiro e médicos do rograma Pró-Albino, a Santa Casa de São Paulo.
Leia e ouça mais:
 http://cbn.globoradio.globo.com/editorias/ciencia-saude/2013/03/30/ALBINOS-SAO-INVISIVEIS-PARA-AS-ESTATISTICAS-OFICIAIS-BRASILEIRAS.htm#ixzz2P3T2U2TO

DISCUTINDO LEITURA E DEFICIÊNCIA VISUAL

Deficiência visual: formas de leitura e acessibilidade à informação
Luciane Molina,

A prática do desenvolvimento de sistemas, produtos e serviços para serem utilizados com segurança e autonomia por pessoas com deficiência visual ou mobilidade reduzida constitui o conceito atual de acessibilidade. Essa condição deve, não apenas permitir que essas pessoas participem de atividades que incluam o uso de produtos, serviços e comunicação, mas também a inclusão e o uso destes por todas as parcelas presentes em uma determinada população, ou seja, é a possibilidade de qualquer pessoa usufruir de todos os benefícios da vida em sociedade.
Segundo o Decreto nº. 5.296 de 2 de dezembro de 2004, acessibilidade está relacionada em fornecer condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida. Ainda neste decreto, encontramos que esses impedimentos são denominados "barreiras", quando existir qualquer entrave ou obstáculo que limite ou empeça o acesso, a liberdade de movimento, a circulação com segurança e a possibilidade de as pessoas se comunicarem ou ter acesso à informação.
Dentre os dispositivos legais, temos ainda a Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que ganhou status constitucional a partir da promulgação do decreto nº. 6949/2009 e, prevê também o direito à acessibilidade no sentido de promover, proteger e assegurar o exercício pleno e eqüitativo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com deficiência e promover o respeito pela sua dignidade inerente.
Nesse sentido, a deficiência não é apenas entendida sob a perspectiva médica ou "da falta" de algo, precisando se adaptar para o convívio em sociedade. Hoje a deficiência é vista sob a ótica social, já que o que impede a plena participação são as barreiras encontradas na sociedade. Sendo assim, quanto menor for a barreira, quanto maior a possibilidade e a facilitação do acesso, menor será o impacto da deficiência na interação com o meio.
Deficiência visual
O termo cegueira não significa, necessariamente, total incapacidade para ver. Na verdade, sob cegueira poderemos encontrar pessoas com vários graus de visão residual. Engloba prejuízos dessa aptidão a níveis incapacitantes para o exercício de tarefas rotineiras (visão corrigida do melhor dos seus olhos permite enxergar há 6 metros o que uma pessoa de visão normal enxerga há 60 metros). Pedagogicamente, delimita-se como cego aquele que tem somente a percepção da luz ou que não têm nenhuma visão e precisa aprender através do método Braille e de meios de comunicação que não estejam relacionados com o uso da visão; e como possuidor de baixa visão aquele que lê tipos impressos ampliados ou com o auxílio de potentes recursos ópticos.

Segundo o Censo do IBGE 2000,da população brasileira (169 milhões de habitantes), 14,5% (24,5 milhões) são pessoas que têm deficiência (visual, motora, auditiva, mental, física). Desses, 48,1%, mais de 16 milhões de pessoas apresentam algum grau de deficiência visual no Brasil e, dentre elas, 159.824 se declararam incapazes de enxergar.
Considerando que o sistema visual recebe e interpreta, de forma instantânea e imediata, mais de 80% dos estímulos do ambiente, as pessoas com deficiência visual necessitam fazer uso dos demais sentidos para interagir com o mundo a sua volta e, por isso, precisam estar inseridas num ambiente estimulador, contar com a mediação e condições favoráveis para a exploração de seu referencial perceptivo. Isso não implica o desenvolvimento compensatório dos outros sentidos, levando à crença de que cegos têm uma maior audição ou possuem sexto-sentido.
Os sentidos têm as mesmas características e potencialidades para todas as pessoas. O fato é que para as pessoas com deficiência visual, o canal de informação não será visual, e o referencial perceptivo passará pelo desenvolvimento dos sentidos remanescentes, ou seja, elas recorrem às informações tátil, auditiva, sinestésica e olfativa com mais freqüência para guardar na memória os esquemas de que precisam para construir suas pistas e interagir com o mundo.
A ativação contínua desses sentidos faz com que o deficiente visual crie habilidades e desenvolva processos particulares de codificação que formam imagens mentais, que será ampliada conforme o grau e a pluralidade de experiências ao longo da vida. São as experiências significativas, contextualizadas, vividas e internalizadas pelo deficiente visual que formam a imagem mental de que ele necessita.
Sistema Braille
O Braille é um sistema de leitura tátil e escrita para pessoas com deficiência visual, inventado pelo francês Louis Braille (1809-52). Ainda jovem, quando freqüentava o Instituto de Cegos de Paris, ele adaptou um método de comunicação militar, desenvolvido por Charles Barbier, que utilizava um sistema fonético de pontos, traços e buracos e possibilitava a comunicação noturna entre oficiais do exército francês. Esse novo sistema, adaptado por L. Braille, passou a utilizar pontos em relevo, possibilitando o manuseio pelas pessoas cegas, tanto na escrita como na leitura. As dificuldades para a implementação deste sistema passou, sobretudo, por uma forte negação de que seria verdadeiramente eficiente para a comunicação, até o impedimento do uso desse código entre os alunos dessa instituição. O reconhecimento veio após sua morte e o sistema Braille começa a ganhar o mundo. O Brasil foi o primeiro país da América Latina a adotá-lo como forma oficial de escrita entre os cegos, em 1854, no Instituto Benjamin Constant - RJ.

O Sistema Braille é a representação do alfabeto convencional através de pontos em relevo, que o cego distingue por meio do tato. Utilizando seis pontos salientes, podem-se fazer 64 combinações que representam letras simples e acentuadas, pontuações, algarismos, sinais de matemática, e notas musicais. Os símbolos Braille são formados por unidades de espaço conhecidas como células ou celas. Uma célula Braille completa consiste de seis pontos dispostos em duas colunas paralelas contendo três pontos cada. A posição do ponto é identificada por números de um a seis, da esquerda para a direita e de cima para baixo.
Através do sistema Braille o deficiente visual vê suas possibilidades ampliadas, de acesso à informação e comunicação. O mundo passa a ter sentido e construir significados por meio daquilo que, até então, estava oculto pela falta de acesso. São múltiplas possibilidades de atribuir sentidos e construir imagens para representar o mundo que se amplia e se desvenda na ponta dos dedos. Ao tocar o papel sabe-se que aqueles pontos ganham um contorno próprio, que vão além das palavras para ganhar vida na imaginação do seu interlocutor.
Sendo assim, não basta apenas decodificar letras em palavras. O ensino do Braille demanda técnicas que vão desde a etapa da estimulação sensorial até o uso de equipamentos específicos para a produção dos pontos. Necessita ser acompanhado por um profissional especializado que, além das letras, lhe ensinará a criar significados e construir esquemas perceptivos peculiares a cada etapa do aprendizado do Braille. São habilidades motoras, táteis e imagéticas que compreendem o processo como um todo, garantindo futuras aquisições e qualidade de uso.
A acessibilidade à informação por meio do código Braille passa por um criterioso processo de adaptação do conteúdo. Isso porque converter uma informação impressa para uma informação tátil demanda conhecer as especificidades desse código, tais como:
1. Um conteúdo impresso quando transcrito para o Braille tem seu volume ampliado, ou seja, cada página em tinta pode resultar em até 5 páginas em Braille;
2. O custo alto da impressão, pois demanda o uso de equipamentos específicos, folhas com gramatura superior às convencionais e tempo de trabalho para adaptação;
3. Armazenar as obras e transportá-las é algo bastante complexo pelo grande volume dos materiais;
4. Inexistência de obras suficientes para toda demanda.

Além dos livros em Braille, o uso desse código seria muito útil em rótulos de produtos, medicamentos, bem como para outras identificações e sinalizações, em geral. A vantagem reside no fato do contato direto com as palavras, notando-as de sentido ao tocar. Permite conhecer a ortografia, estrutura gramatical e distribuição do texto no papel.
Como nem todos os deficientes visuais são usuários do sistema Braille, temos também outras ferramentas que garantem a acessibilidade à informação, como os livros falados e softwares de síntese de voz para computadores.
Livros falados
São obras que se propõe a ser uma versão falada do livro impresso, sendo um livro auxiliar do livro em Braille. O "ledor", pessoa que grava as obras lendo-as em voz alta, precisa ser fiel ao conteúdo, respeitando pontuação e fazendo pausas, se houver a necessidade da soletração. A leitura sem efeitos sonoros ou sonoplastia, parte do princípio de que o cego precisa construir sozinho o sentido do que está sendo lido, sem interferências externas. Tem como ponto forte a questão da facilidade de transporte e armazenamento dos livros, bem como a rápida produção. O ponto negativo reside no fato da impossibilidade da interação com a grafia das palavras, o que faz com que muitos deficientes visuais, usuários somente de livros falados, possuam dificuldades para a escrita, grafando as palavras com o mesmo som que ouvem.

Informática para cegos
Deficientes visuais talvez tenham sido os mais beneficiados pela tecnologia, em especial de computação. Hoje, com a ajuda de computadores, scanners, impressoras e outros equipamentos, um cego é capaz de “escrever e ser lido, e ler o que os outros escreveram". O uso do computador pelo deficiente visual tornou-se possível graças ao desenvolvimento de leitores de tela e sintetizadores de voz capazes de transmitir oralmente toda a informação visual disponível no monitor. Com o uso desses recursos de áudio essas pessoas podem desempenhar, desde tarefas mais simples até as mais complexas e, que exigem um maior conhecimento das funções de informática. A grande vantagem, porém, está na economia de tempo e de recursos financeiros como por exemplo: com o uso de um scanner podemos digitalizar livros para serem lidos através de um editor de texto com voz sintetizadas ou, utilizando uma impressora Braille, adaptar rapidamente a obra e imprimi-la para o uso imediato. Existem vários softwares gratuitos ou comercializados para o uso de deficientes visuais, bem como a possibilidade de configurações diversas quanto ao idioma, tonalidade de voz, entonação, velocidade de leitura e tipo de fala sintetizada. Encontra-se nesse grupo o Sistema Dosvox, com possibilidades de trabalho por meio do lúdico e jogos de interação.

Porém, somente os recursos tecnológicos se tornam insuficientes se não considerarmos requisitos básicos de acessibilidade web. Podemos citar como exemplo construções de sites seguindo as diretrizes da W3C. Se os requisitos de acessibilidade não estiverem disponíveis nos aplicativos e serviços, os leitores de tela esbarram nas barreiras comunicacionais e nos deixam no escuro.
O acesso à informação pelos computadores traz como ponto positivo a facilidade de juntar a audição do texto com a possibilidade de fazer-se a soletrarem, a verificação da grafia das palavras. Por meio dos softwares leitores de tela as pessoas cegas acessam de maneira completa os textos e a informação de maneira muito rápida e precisa, acompanhando a velocidade com que são produzidas e distribuídas na rede.

Luciane Molina é pedagoga. Deficiente visual, atua na capacitação de professores e ensino de recursos de acessibilidade à deficientes visuais. Palestrante e consultora sobre temas que envolvem inclusão, sistema Braille, informática adaptada, soroban e audiodescrição. Mantém um blog: www.braillu.com e desenvolve projetos voltados a inclusão escolar do deficiente visual. Para contato: braillu@uol.com.br.
http://saci.org.br/index.php?modulo=akemi&parametro=37364

ALBINO GOURMET 90

Ah, é Páscoa, tem que ter receitas com chocolate, né não?



sexta-feira, 29 de março de 2013

PAPIRO VIRTUAL 49

Roberto Rillo Bíscaro

Não tive curiosidade de ver nenhuma das filmagens das Crônicas de Nárnia. Nem conhecia direito o teor do clássico infanto-juvenil do inglês C. S. Lewis. Decidi ler os 7 livros que compõem as crônicas, porque há 20 anos vi e amei Terra das Sombras, com Anthony Hopkins e Debra Winger.
O filme conta sobre o casamento do escritor com uma norte-americana, que contrai câncer. Real e triste, a narrativa enfoca o efeito de tanto sofrimento no pensamento religioso do autor, embora contenha referências a sua obra pra crianças.
Optei por ler a coleção desobedecendo à cronologia das publicações. Ao invés, procurei num site de fãs a ordem mais lógica pro desenvolvimento da série. Por isso, comecei pelo sexto livro na ordem de publicação: The Magician’s Nephew (1955).
O sobrinho em questão é Digory, que, sem querer, descobre que seu esquisito tio Andrew é um mágico mesquinho e do mal, ainda que muito sem poder. Mesmo assim, Tio Andrew encontrara o material pra fundir 2 anéis que permitiam viagens através de quaisquer dimensões do universo. Lewis e o autor do Senhor dos Anéis eram muito amigos e tinham um clubinho informal pra discutir histórias em processo de escrita. Esse pessoal reunia-se num pub e autodenominavam-se Inklings (veja Terra das Sombras).
Junto à vizinha Poly, Digory começa a ir de lá pra cá em reinos mágicos, até que acidentalmente traz perversa e poderosa bruxa à Terra. Pra se livrar dela, chega à Nárnia, bem no momento de sua criação pelo leão Aslan.       
O livro funciona como o Gênesis da mitologia infanto-cristã requentada por Lewis. Não faltam maçãs e tentações da bruxa pra que Digory traia o criador Aslan.  É justamente a visão da Terra criada como domínio do Homem que explica o fato dum leão criar um mundo apenas pra dá-lo a reis humanos pra que o governem. No mundo pseudo-harmonioso do humanista inglês, igualdade não está em alta, posto Aslan – personagem meio chatinha e sentenciosa – conceder o poder da fala e do pensamento a apenas um casal de cada espécie criada por ele. Bem, não há menção a abelhas e insetos pensantes e falantes, reduzindo ainda mais a “democracia” animal do escritor. E, claro que os humanos não são criados pelo Leão – isso seria heresia demais! -, antes, vêm importados de nosso mundo.
A escrita de Lewis é bastante coloquial e muito frequentemente reproduz a oralidade de alguém contando uma história, bem “britanicamente”.

quinta-feira, 28 de março de 2013

TELONA QUENTE 69


Roberto Rillo Bíscaro

Sinto desconforto com a rapinagem cultural com relação à Índia. Frequentemente, a pobreza crônica serve como bálsamo pra ocidentais de carteira cheia descobrirem a profunda sabiduria da simplicidade e escreverem a respeito desde seus condos na rica New England, comendo comida indiana comprada na lojinha do imigrante.
Por essas e outras relutava em ver The Best Exotic Marigold Hotel (O Exótico Hotel Marigold, no Brasil), inesperado sucesso britânico do ano passado. Sabia que o faria, porém. Não deixaria passar um filme com Judi Dench, Maggie Smith, Tom Wilkinson, Bil Nighy e Penelope Wilton (recente adição ao panteão de amados, graças às 3 temporadas de Dowwnton Abbey). Uma produção sobre a terceira idade ter bombado mesmo na mentalmente adolescente bilheteria norte-americana apenas aumentava a certeza de vê-la.
Domingo à noite, enfrentei as 2 horas da produção e encantei-me com o grupo de aposentados britânicos que por distintos motivos deixa a cara Inglaterra em busca de retiro confortável e barato em Jaipur. Ao chegar, descobrem que o hotel é muito menos chique do que o descrito nos panfletos e têm que se adaptar à nova realidade. Ou não.
A forma da comédia romântica determina final feliz/redentor e a opção de focar um grupo de personagens implica que um par delas tenha função meio cosmética. O Exótico Hotel Marigold também não escapa da representação da Inglaterra como sítio sem cor e frio em comparação ao estouro solar e sensorial indiano.    
Apesar de duvidar do simplista “tudo vai ficar bem e se ainda não ficou é porque não acabou” que o simpático – meio mentiroso – indiano dono do hotel usa como lema, achei acertado que nem todos os hóspedes se acostumem com o ambiente e achem que sua nativa Inglaterra é melhor e que o misticismo hindu não tenha servido como mola pra epifanias. Bacana ver uma Índia em transformação, onde o sistema de castas seja problematizado (preciso ver como o cinema do país retrata isso, se é que o faz), ainda que a resolução seja fácil demais. É comédia romântica...
Filme pra se sentir bem, O Exótico Hotel Marigold traz um Tom Wilkinson que rouba todas as cenas devido à complexidade de sua personagem (tadinho!). Com um elencaço desses, apenas um diretor muito ruim erraria na mão, o que não é o caso de John Madden.
Sem se aprofundar em quase nada, com personagens que despertam ternura (mas não só), o filme dá injeção de ânimo e deveria servir como despertador pros estúdios sobre o público mais maduro, que não se importa/identifica com vampirinhos de butique ou comédias sobre iniciação sexual.

quarta-feira, 27 de março de 2013

PEÕES EXCLUÍDOS

Quem são os caubóis negros esquecidos por Hollywood?

Sarfraz Manzoor
O filme de Quentin Taratino Django Unchained (Django Livre, na versão em português), vencedor de dois Oscar, é um dos poucos filmes de Hollywood que mostra um caubói negro. Na realidade houve muitos, cujas histórias foram usadas em filmes estrelados por atores brancos.

A imagem mais comum do caubói é um homem branco usando botas e carregando uma arma nos westerns - como John Wayne ou Clint Eastwood.
Mas o retrato de Hollywood de oeste americano é uma versão caiada da realidade. Acredita-se que um quarto de todos so caubóis eram negros.
Assim como muitas pessoas, Jim Austin - um empresário de 45 anos - não sabia sobre a presença de negros no Velho Oeste.
A descoberta inspirou a ele e sua mulher Gloria a criarem o Museu Nacional da Herança Multicultural do Oeste em Fort Worth, no Texas. O museu homenageia alguns dos caubóis negros esquecidos.
"As crianças que aprendem história em nossas escolas não estão ouvindo a verdade sobre o que era o oeste", diz Austin.
"Eu aposto com você que nove entre 10 pessoas neste país acham que os caubóis eram todos brancos - como eu pensava."

'Igualdade do pasto'
No verdadeiro Velho Oeste, ao contrário dos filmes, os caubóis negros eram comuns.
"Eles geralmente trabalhavam treinando cavalos que não tinham sido montados muitas vezes", diz Mike Searles, professor de história aposentado da Universidade Estadual de Augusta, no Estado da Geórgia. Seus estudantes o conheciam como caubói Mike porque ele dava aulas usando esporas, perneiras e um chapéu.
"Os caubóis negros também eram cozinheiros em vagões de comida e eram conhecidos por cantarem e ajudarem a manter o gado calmo", conta.
De acordo com a pesquisa de Searles, que inclui entrevistas com ex-escravos nos anos 1930, os caubóis negros se beneficiavam, em certa medida, do que ele chama de "igualdade do pasto".
"Como vaqueiro você tinha que ter um grau de independência. Você não podia depender de um supervisor, eles tinham que andar a cavalo e podiam ficar fora por dias."
No entanto, a vida era mais dura para os vaqueiros negros do que para os brancos.

'Trabalho sujo'
Vicent Jacobs, de 80 anos, um ex-peão de rodeio que vive perto de Houston, no Texas, lembra do racismo que enfrentou quando estava começando.
"Havia rodeios separados para negros e brancos. Era difícil, muito difícil - eles só deixavam eu me apresentar depois que todos os brancos haviam saído da arena."
"Ser um caubói negro era duro", diz Cleveland Walters, de 88 anos, que vive nos arredores da cidade de Liberty, no Texas.
"Odeio pensar no racismo que sofri. Quando era a hora de marcar (o gado), eles colocavam 20 vacas no curral e eu era quem tinha que pegá-las e segurá-las. O homem que marcava era branco - em outras palavras, todo o trabalho sujo era feito pelos negros."
Tanto Jacobs quanto Walters cresceram nos anos 1940 assistindo Westerns, mas sem nunca ver atores negros nos principais papeis.

Caubóis negros no cinema
Herb Jeffries (que se pintou para parecer mais escurto) e Spencer Williams em Harlem on the Prairie (1937)
  • Woody Strode em Audazes e Malditos (1960)
  • Bill Cosby e Yaphet Kotto em Man and Boy (1971)
  • Sidney Poitier e Harry Belafonte em Um por Deus, Outro pelo Diabo (1972)
  • Cleavon Little em Banzé no Oeste (1974)
  • Danny Glover em Silverado (1985)
  • Morgan Freeman em Os imperdoáveis (1992)
Hollywood não só ignorou os caubóis negros como usou algumas de suas histórias reais em seus filmes.
Acredita-se que O Cavaleiro Solitário, por exemplo, teria sido inspirado por Bass Reeves, um oficial da lei negro que usava disfarces, tinha um companheiro indígena e passou toda a sua carreira sem levar um só tiro.
O filme Rastros de Ódio (1956) de John Ford, baseado no romance de Alan Le May, foi parcialmente inspirado nas histórias de Brit Johnson, um caubói negro cuja mulher e filhos foram capturados pelos Comanches em 1865.
No filme, John Wayne interpreta um veterano da Guerra Civil que passa anos buscando sua sobrinha, que havia sido sequestrada pelos indígenas.
Nos últimos anos, personagens negros apareceram em westerns como Posse - A Vingança de Jessie Lee, Os Imperdoáveis e Django Livre.
Mas por que Hollywood representou mal a verdadeira diversidade real do oeste?
"O oeste é frequentemente considerado o lugar de nascimento da América, onde os americanos se distinguiam dos europeus", diz Searles.
"Era onde os brancos conseguiam mostrar sua coragem. Mas se os negros também podiam ser heróis e ter todas as melhores qualidades atribuídas ao homem, como seria possível tratar um negro como subserviente ou como uma não-pessoa?".
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/03/130323_caubois_negros_sm_cc.shtml?print=1

terça-feira, 26 de março de 2013

ALBINO INCOERENTE EM EVENTO INTERNACIONAL EM JUNHO

Em junho, participarei de simpósio internacional em São Paulo, promovido pelo governo do estado em parceria com outros órgãos.
Já estão abertas inscrições para participar com apresentação de trabalhos e como ouvinte.
Veja as informações:  
Conflitos, Direitos e Diversidade - I Simpósio Internacional de Estudos sobre a Deficiência

Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência
22/03/2013

O seminário está estruturado em torno de quatro campos temáticos, de modo a permitir sua apropriação pelas mais variadas áreas do conhecimento e, ao mesmo tempo, delimitar o espectro conceitual das discussões mais recentes sobre o campo da deficiência.

O Memorial da Inclusão: os Caminhos da Pessoa com Deficiência – órgão da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, em parceria com o Diversitas, Núcleo de Estudo das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos – FFLCH/USP e o Programa USP Legal, Comissão Permanente para Assuntos Relativos às Pessoas com Deficiência – USP convidam a comunidade acadêmica, bem como profissionais, ativistas e demais interessados e ligados ao universo da Deficiência, para o I Simpósio Internacional de Estudos sobre a Deficiência.
O seminário está estruturado em torno de quatro campos temáticos, de modo a permitir sua apropriação pelas mais variadas áreas do conhecimento e, ao mesmo tempo, delimitar o espectro conceitual das discussões mais recentes sobre o campo da deficiência. Os eixos temáticos foram organizados em quatro Mesas Redondas, bem como servirão para dar sequência aos trabalhos e discussões que pretendemos realizar no evento. São eles: “Corpo, Gênero e Identidade”; “Movimentos Sociais”; “Educação e Comunicação”, “Cidade e Direitos”.
O evento será realizado no Hotel Novotel Jaraguá Convention, São Paulo, entre os dias 19 e 21 de junho de 2013, e convida pesquisadores e profissionais da área para submissão de resumos. Os selecionados comporão as Comunicações Coordenadas, cujas áreas temáticas serão organizadas de acordo com os eixos temáticos.
Justificativa
Os chamados Disability Studies consistem num campo de estudos interdisciplinares que ganhou projeção mundial, tendo origem no contexto anglo-saxão, em meados da década de 1960. A proposta principal desse movimento intelectual, e que, mais tarde, acabou compondo os discursos dos movimentos ligados aos direitos das pessoas com deficiência, é a de que a deficiência não é simplesmente uma tragédia individual cuja solução está reservada aos quartos dos hospitais; ela tem dimensão social e política. Nessa perspectiva as políticas públicas voltadas para o tema, geram debates públicos que desconstroem preconceitos e retiram da deficiência a noção de ‘doença’, ‘degeneração’ e ‘desvio’ e a situam na perspectiva de uma ‘condição’ – como mulheres, negros, gays, índios e outras minorias.

No Brasil, a despeito da forte influência dos Disability Studies sobre o movimento das pessoas com deficiência, em meados dos anos 1970/80, pouca foi a penetração das discussões no âmbito acadêmico. Além disso, hoje, apesar de uma quantidade razoável de estudos que abordam a temática – majoritariamente na pedagogia —, o Brasil ainda não possui uma rede que articule esses pesquisadores e centros de estudo. Em consequência observa-se pouca produção bibliográfica nacional em comparação com a produção internacional.
A intenção da organização desse Simpósio é justamente possibilitar a troca de conhecimento e ampliar os debates e a cooperação internacional.
Por consistir num evento organizado com o apoio da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, representado pelo “Memorial da Inclusão: os caminhos da pessoa com deficiência”, a expectativa é que o debate atinja públicos para além dos muros da academia, como militantes, profissionais ligados às instituições de cuidado, de educação e reabilitação entre outros. O evento será transmitido online em tempo real, bem como registrado em áudio e vídeo, e esse material posteriormente será utilizado em publicações, exposições museológicas, material informativo etc.
A proposta central do Simpósio é debater a noção de ‘Deficiência’ nas suas mais diversas implicações, bem como refletir sobre a condição atual das pessoas com deficiência no Brasil. A experiência da exclusão, os dramas identitários, os preconceitos sociais, a condição do indivíduo com o corpo lesionado, as implicações no espaço e tempo urbanos, as políticas públicas e a legislação, e o papel atual dos movimentos sociais, esses temas serão analisados numa perspectiva interdisciplinar.

Programação
Dia 19 de Junho (quarta) das 10 às 19h

Solenidade de abertura. Conferência magna, com Linamara Rizzo Battistella (USP/SEDPcD);
Mesa-redonda: Corpo, Gênero e Identidade
• “Deficiência e Igualdade”, por Débora Diniz (UnB/Anis);
• “Das potencialidades do corpo, dança e acessibilidades”, por Fátima Daltro (UFBA);
• “Corpo e emoções, deficiência e exclusão social”, por Luiz Gustavo Pereira de Souza Correia (UFS);
• “Estudo genealógico das anormalidades infantis no Brasil e as questões atuais de inclusão e exclusão”, por Lilia Ferreira Lobo
(UFF).
Comunicações Coordenadas
Dia 20 de Junho (quinta-feira) das 10h às 20h
Mesa Redonda: Educação e Comunicação:
• “Uma breve história dos Estudos sobre a Deficiência na Educação: Quais Conflitos? Os Direitos de Quem? Por que Diversidade?”,
por David J. Connor (CUNY);
• “O observatório Nacional de Educação Especial: um estudo em rede sobre inclusão escolar no Brasil”, por Enicéia Gonçalves
Mendes (UFSCar);
• “Reflexões sobre práticas de ensino aos surdos”, por Karin Lilian Strobel (UFSC);
• “A formação de atitudes frente à diferença na educação infantil”, por Marie Claire Sekkel (USP);
• “Educação especial e política de inclusão escolar no Brasil”, por Rosângela Gavioli Prieto (FEUSP).
Comunicações Coordenadas
Mesa Redonda: Movimentos Sociais:
• “Representando a Deficiência”, por Gideons Calder (University of Wales);
• “Lutas por reconhecimento das pessoas atingidas pela hanseníase”, por Ricardo Fabrino Mendonça (UFMG);
• “Da invisibilidade à construção da própria cidadania, o Movimentos das pessoas com Deficiência no Brasil”, por Ana Maria
(Lia) Morales Crespo (SEDPcD);
• “Deficiência e Identidade”, por Carol Gill (University of Illinois)
Dia 21 de Junho: Novotel Jaraguá (sexta-feira) 10 às 18h
Mesa Redonda: Cidade e Direitos:
• “A Cidade como um Lugar de Contestação: Direitos das Pessoas com Deficiência e a Mídia nos Estados Unidos”, por Michael
A. Rembis (University of Buffalo);
• “Instrumentos para a efetivação dos direitos das pessoas com deficiência: via judicial e não judicial”, por Luiz Alberto David
Araujo (PUC-SP);
• “Educação inclusiva em enfermagem/saúde”, por Ana Cristina Mancussi e Faro (USP);
“A construção do movimento pelos direitos das pessoas com albinismo no Brasil”, por Roberto Rillo Bíscaro (IFSP).
Debate: Rede Brasileira de Estudo sobre a Deficiência
Sessão de encerramento: Conferência com Nicolas Watson (University of Glasgow)

Informações e inscrições
DIVERSITAS - Núcleo de estudos das intolerâncias, diversidades e conflitos
http://www.diversitas.fflch.usp.br/sied/
diversitas@usp.br
(11)3091-2441/ 5212-3764
Prazo para inscrição em comunicações dos grupos de trabalho até 15 de maio de 2013, pelo e-mail
simposio.deficiencia@sedpcd.sp.gov.br

Localização do evento
Hotel Novotel Jaraguá
R. Martins Fontes 71 - Centro - São Paulo
Telefone: (+55)11-2802-7000

domingo, 24 de março de 2013

SUPERAÇÃO DOWN

Conheça Marina e Marcelo, 2 pessoas com Síndrome de Down, que trabalham, estudam, enfim, levam vida produtiva.

sábado, 23 de março de 2013

ALBINO GOURMET 89

Pepino pra comer e enfeitar pratos.

PELE

sexta-feira, 22 de março de 2013

MARESIA

Britânica vive com enjoo permanente após cruzeiro há 5 anos
Michele-Marie diz querer divulgar caso para alertar pessoas predispostas ao problema

A britânica Michele-Marie Roberts não poderia imaginar que um cruzeiro dos sonhos de duas semanas no Havaí, acompanhada de seu marido e seus dois filhos, deixaria seu mundo de ponta cabeça assim que ela chegasse a terra firme.
"Assim que desci a plataforma de desembarque, desmaiei, apaguei completamente", conta. "Tomei o voo de volta para casa e não conseguia parar em pé. Eu comecei a ter dificuldades de fala. Em uma ocasião, desmaiei enquanto cortava legumes na cozinha", relata.
A viagem de férias terminou em janeiro de 2008, mas Michele-Marie ainda sente como se estivesse em um cruzeiro. Ela vem se sentindo mareada constantemente há cinco anos.
"É como a sensação desorientadora que você tem depois de sair de um daqueles brinquedos de parque de diversões com movimentos rápidos. É horrível", diz.
Nos piores momentos, nem mesmo deitar ajuda, ela conta.
A síndrome de mal de débarquement (MdDS), como o problema é conhecido, é extremamente rara. Sabe-se muito pouco sobre suas causas e o tratamentos. Poucos médicos já ouviram falar sobre ela.
Michele-Marie passou por um exame de ressonância magnética e por testes para esclerose múltipla e para uma série de outras desordens até ser finalmente diagnosticada, seis meses após o cruzeiro, graças aos médicos do Royal Berkshire Hospital, no sul da Grã-Bretanha, que reconheceram seus sintomas.
Mas nem todos os pacientes com MdDS têm a mesma sorte - alguns passam anos procurando um diagnóstico.

Divórcio

A sensação de enjoo e de movimento constante a todo instante de sua vida deixou sua marca em Michele-Marie. Ela diz que o problema arruinou seu casamento, porque ela não pode mais cuidar de seus dois filhos, que têm autismo, deixando a seu marido a tarefa de cuidar deles em tempo integral.
Após seu divórcio, aos 49 anos, ela teve que procurar emprego pela primeira vez em vários anos, apesar de se sentir fisicamente e mentalmente exausta pelo enjoo permanente.
Ela arrumou um emprego por algum tempo, mas a experiência foi tão exaustiva que ela decidiu estabelecer seu próprio negócio - uma agência de encontros para pais solteiros de crianças com necessidades especiais.
"Há dias em que eu sinto pena de mim mesma, e há dias em que acordo e me pergunto se o problema foi embora. Mas então ele vem e diz: 'não, não, aqui estou'", afirma.


Michele-Marie Roberts com os dois filhos, antes do cruzeiro
Síndrome deixou Michele-Marie incapaz de cuidar dos dois filhos, que têm autismo
Há horas em que a síndrome pode parecer particularmente debilitante, como quando ela se sente estressada, ao fazer compras em supermercados ou ao usar um computador. Luz fluorescente também pode agravar as sensações de balanço.
Mas há algumas atividades que podem aliviar os sintomas também, segundo ela, incluindo exercícios vigorosos, nadar e dirigir. Ela faz pelo menos duas horas de exercícios diários para ajudá-la a lidar com o problema.
"Quanto mais movimento eu faço, melhor eu fico", ela explica. "Mas quando eu paro, é como se tivesse bebido."
Ela nunca mais entrou em um barco, apesar de seu amor pelo mar, por conta do risco de que seu problema piore ainda mais.

Pré-disposição

Michele-Marie acredita que era suscetível ao MdDS por ser uma mulher de 40 e poucos anos que sofria com enxaquecas - o que foi sugerido em um estudo científico em 2009, apesar de a ligação não ser direta.
Ela agora quer contar sua história para que outras mulheres possam decidir se também têm risco de desenvolver o mesmo problema.
O mesmo estudo de 2009 descobriu em o MdDS era uma desordem da plasticidade do cérebro, o que significa que os caminhos neurais no cérebro são incapazes de mudar em resposta a mudanças de comportamento ou ambientais.
Em um mar particularmente revolto durante o cruzeiro, Michele-Marie diz que todos estavam caindo e sofrendo de enjoo, menos ela. Mas em terra firme, ela é quem se atrapalha com as palavras e parece bêbada aos olhos dos outros.
"Você acha que está ficando maluca, se sente muito isolada. Os médicos fizeram muitos testes em mim, mas há muito pouco que eles podem fazer", ela explica.
"Eu acho que eu tinha predisposição para a doença, e que outras mulheres deveriam saber mais sobre isso", diz.

quinta-feira, 21 de março de 2013

ALBINO INCOERENTE EM SEMINÁRIO INTERNACIONAL


Dia 02 de abril, participarei de mesa redonda no Seminário Internacional “Conhecimentos Compartilhados: tradição e modernidade”, que acontecerá em São Paulo e Rio de Janeiro.
Farei parte da programação paulistana do evento, que será no Memorial da América Latina.
Confira informações e a programação paulistana:
Seminário Internacional discute Tradição e Modernidade em São Paulo e em Duque de Caxias/RJ

De 1º a 6 de abril, acontece no Memorial da América Latina, em São Paulo, e na Universidade Unigranrio, em Duque de Caxias, o Seminário Internacional “Conhecimentos Compartilhados: tradição e modernidade”. Além de pesquisadores da USP, da Unigranrio e de várias outras instituições brasileiras, o evento conta ainda com a participação dos professores Martin Lenhard (Universidade de Zurich – Suíça), Dov Cohen (University of Illinois) e Héctor M. Cruz Feliciano (Universidad Nacional Autónoma de Nicarágua).
CONCEITO
Os avanços permitidos pela modernização têm afetado todas as áreas da vida exigindo reposicionamentos. Questões amplas como quem formula o conhecimento e como se dá sua recepção no mundo contemporâneo servem de base para se perguntar como saberes tradicionais se articulam com soluções avançadas no âmbito da modernidade. Desdobramento natural disto, indaga-se como o convívio de tradições – culturalmente ambientadas ou sociologicamente reinventadas – se permitem no espaço midiático. A escola como lócus privilegiado de transmissão e reorganização do conhecimento formal se mostra vulnerável às demandas, e assim aspectos exclusivos dos detentores da escrita se percebem passíveis de críticas, revisões e rearranjos. Tanto internamente entre os letrados como nos circuitos de transmissão oral da cultura, cruzamentos se fazem importantes no sentido de se legitimar diferentes experiências. Os processos de “desconstrução” do conhecimento se abraçam com o acolhimento de outras formas de saber sugerindo quebras de barreiras. Mais do que nunca, no momento atual, a escrita busca diálogos com o oral; o “velho” com o “novo”; o erudito com o popular. O respeito democrático em relação ao saber do outro faz com que diálogos sejam promovidos e negociações se operem.
O Seminário Internacional “Conhecimentos Compartilhados: tradição e modernidade” se pretende foro para dinamizar encontros de diversas naturezas, principalmente privilegiando a troca de expressões de saberes diversos. Desde a duplicação dos espaços: São Paulo, SP e Duque de Caxias, RJ até a integração de grupos indígenas, representantes de várias alternativas de conhecimento com representantes da vida acadêmica convergem para a formulação de respostas sobre o encaminhamento de novas questões que devem alimentar propostas de conhecimentos no futuro próximo.

São Paulo (Memorial da América Latina)
Local: Auditório da Biblioteca Latino-americana

1º de abril
16h00 às 18h00 - Credenciamento

19h00 - Sessão de abertura

Conceitual do Seminário – Zilda Márcia Grícoli Iokoi (Diversitas/USP)

Apresentação do Programa – José Carlos Sebe Bom Meihy (UNIGRANRIO)

Conferência de abertura “Intelectuais: Porta-Vozes dos Pobres?” - Martin Lenhard (Universidade de Zurich – Suíça)

Apresentação: Mauricio Barros de Castro (UERJ)

21h00 - Coquetel

2 de abril

10h00 - Mesa Redonda: Narrativas em situação liminar: refúgio, exílio, catástrofes naturais e saúde

Érika Pires Ramos (Procuradoria Federal da Advocacia-Geral da União)

Robson Lacerda Dutra (UNIGRANRIO)

Roberto Rillo Bíscaro (IFSP)

Renato da Silva (UNIGRANRIO)

Thamara Duarte Cunha Medeiros (UNODC/ONU)

Mediação: Fabíola Holanda (UFRO/UNIFESP)

14h00 - Conferência: “Língua, Modernidade e Tradição” – José Luiz Fiorin (USP)

Apresentação: Maria das Graças de Souza (Diversitas/USP)

14h00 - Comunicações Livres: História Oral e Religiosidade

O retorno a casa: culto aos ancestrais okinawanos – Samara Kono (USP)

As práticas mágicas da modernidade liquida – o candomblé de Angola da cidade de Botucatu/SP – Rodrigo Casali (USP/Diversitas)

A correspondência entre o cristianismo ascético e o paganismo erótico na ressureição de “O homem que morreu” de D.H. Lawrence – Rogério Gonçalves de Carvalho (Faculdade de Teologia Metodista Livre)

A dupla pertença religiosa no episódio “O compadre de Ogum” e a questão da alteridade no Candomblé – Erisvaldo Pereira dos Santos (UFOP)

Coordenação: Daniele Ribeiro Fortuna (UNIGRANRIO)

Local: Anexo dos Congressistas

16h00 - Mesa Redonda: Oralidades e Experiências de Vida em Múltiplos Espaços

Samira Adel Osman (UNIFESP)

Idemburgo Pereira Frazão Felix (UNIGRANRIO)

Márcio Luiz Corrêa Vilaça (UNIGRANRIO)

Sandra Regina Chaves Nunes (FAAP)

Mediação: Angela Maria Roberti Martins (UNIGRANRIO)

19h00 - Conferência: “A Solidariedade Sul-Sul Como Alternativa de Desenvolvimento para as Pequenas Economias da América Latina” - Héctor M. Cruz Feliciano (Universidad Nacional Autónoma de Nicarágua)

Apresentação: José Carlos Sebe Bom Meihy.

03 de abril

10h00 - Mesa Redonda: Tradição Oral e Cultura Popular

Márcia Nunes Maciel (Instituto Madeira Vivo)

José Geraldo da Rocha (UNIGRANRIO)

Sérgio Bairon (USP)

Rita Chaves (USP)

Mediação: Vanessa Generoso Paes (NEHO/USP)

14h00 - Mesa Redonda: Narrativas e Educação

Haydéa Maria Marino de Sant’anna Reis (UNIGRANRIO)

Áurea Maria Guimarães (UNICAMP)

Dirce Djanira Pacheco e Zan (UNICAMP)

Cleonice Puggian (UNIGRANRIO)

Mediação: Marcel Diego Tonini (NEHO/USP)

14h00 - Comunicações Livres: História Oral e Ressignificação dos Espaços

(Re)inventando o presente: travessias e incertezas de uma pesquisa – Kalliandra de M. Santos Araújo (USP)

História Oral de remanescentes quilombolas: redefinindo identidades – Lourival dos Santos (UFMS)

História Oral e memórias da rede Estadual de Ensino de São Paulo – Suely Ramos da Silva -Centro de Memória e Acervo Histórico – SEE/SP

Os “outros japoneses”: afirmação identitárias e rituais festivos na comunidade okinawana da cidade de São Paulo – Ricardo Sorgon Pires (FFLCH/USP)

Coordenação: Jurema Rosa Lopes (UNIGRANRIO)

Local: Anexo dos Congressistas

16h00 - Mesa Redonda: Questões Indígenas: os Kaiowa

Marcele Guerra (USP)

Mestre Coxini Karajá (Representante da Comunidade Indígena)

Spensy Pimentel (USP)

Cristiano Navarro Peres (CEDIPP/USP)

Mediação: Vera Lúcia Teixeira Kauss (UNIGRANRIO)

19h00 - Conferência de Encerramento: “Imperdoável? Raça e falência nos Estados Unidos da América.” - Dov Cohen (University of Illinois)

Apresentação: Marcos Alexandre Coelho Zilli (Diversitas/USP)