ONU condena assassinatos e multilações de pessoas com albinismo na Tanzânia
A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, condenou na terça-feira (5) os crescentes ataques contra pessoas com albinismo na Tanzânia. Ela pediu que as autoridades tomem medidas mais fortes para deter os crimes e educar as pessoas contra os estereótipos, incluindo a crença de que partes do corpo de albinos têm qualidades mágicas.
“Condeno veementemente esses assassinatos e ataques crueis, que foram cometidos em circunstâncias particularmente horríveis e que envolveram o desmembramento de pessoas, incluindo crianças, enquanto ainda estavam vivos”, afirmou Pillay.
O assassinato e mutilação de pessoas com albinismo é muitas vezes ligado à feitiçaria. Alguns praticantes acreditam que o feitiço é mais poderoso quando a vítima grita durante a amputação, o que explica os corpos muitas vezes serem cortados enquanto as vítimas estão vivas.
Desde o fim de janeiro, quatro ataques foram registrados, sendo três deles contra crianças, incluindo um bebê de sete meses.
As autoridades estão investigando três dos casos, mas processos bem sucedidos são raros no país. Dos 72 assassinatos de pessoas com albinismo documentados na Tanzânia desde 2000, apenas cinco casos foram processados.
“Esses crimes são abomináveis. As pessoas com albinismo têm o direito de começar a viver, como qualquer outra pessoa, sem medo de serem mortas ou desmembradas”, observou a Alta Comissária, que também pediu ao Governo que garanta o direito das vítimas à reparação, proporcionando tratamento médico e psicossocial, bem como apoio jurídico.
De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), pessoas com albinismo sofrem com discriminação em geral e exclusão social por causa da cor de sua pele não apenas na Tanzânia. Algumas famílias das crianças com albinismo muitas vezes negligenciam a sua educação e aqueles que frequentam a escola sofrem grave assédio moral.
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