Roberto Rillo Bíscaro
Encerrei o ciclo das tragédias sofoclianas ainda desconhecidas lendo Édipo em Colono, última peça do autor, encenada postumamente.
Quintessência do herói sofocliano, o desditoso Édipo reencontra a glória, após anos de opróbrio, vagando cego pelo mundo, guiado por sua filha Antígona.
Depois da descoberta de que assassinara papai e transara com mamãe durante anos, Édipo é banido de Tebas, evitado e hostilizado por seus filhos (que depois se envolveriam numa guerra civil fratricida pela disputa do trono).
Como os deuses comandam a vida dos humanos, da mesma forma que determinaram a queda do filho de Jocasta, resolveram que depois de purgar seus erros, Édipo resplandeceria em glória post-mortem e, de lambuja, protegeria o solo donde ascendesse à redenção.
O sítio escolhido é os arredores de Atenas. Teseu não hesita em oferecer proteção ao ex-monarca tebano. Tudo pelo orgulho e gloria de Atenas! Quando descobrem que a presença do pai deixara de ser veneno pra ser cura, os filhos renegadores tentam trazê-lo de volta. Puro interesse e hipocrisia. Um tenta pela força, outro tenta a lábia. Édipo amaldiçoa a ambos. E torna-se protetor dos atenienses.
Em termos históricos, as loas a Atenas vieram quando a cidade estava prestes a ser derrotada pela inimiga Esparta (apoiada por Tebas, que nunca gostou de Atenas). De nada adiantou a injeção simbólica de ânimo tentada por Sófocles.
Diversas tragédias tematizam o período tebano, que funciona como marco do “começo” da história grega, mas também alimentava a presunção ateniense, que efetivamente desfrutou da supremacia na península por algum tempo.
Em termos formais, a tragédia é redondinha. Quase tudo acontece fora do palco e em sucessão vertiginosa: em questão de minutos os 2 filhos visitam o pai e até uma escaramuça é narrada! Um encenador moderno imaginativo conseguirá espetáculo absorvente, com texto grandioso e personagem arrebatadora prum ator experiente.
Encerrei o ciclo das tragédias sofoclianas ainda desconhecidas lendo Édipo em Colono, última peça do autor, encenada postumamente.
Quintessência do herói sofocliano, o desditoso Édipo reencontra a glória, após anos de opróbrio, vagando cego pelo mundo, guiado por sua filha Antígona.
Depois da descoberta de que assassinara papai e transara com mamãe durante anos, Édipo é banido de Tebas, evitado e hostilizado por seus filhos (que depois se envolveriam numa guerra civil fratricida pela disputa do trono).
Como os deuses comandam a vida dos humanos, da mesma forma que determinaram a queda do filho de Jocasta, resolveram que depois de purgar seus erros, Édipo resplandeceria em glória post-mortem e, de lambuja, protegeria o solo donde ascendesse à redenção.
O sítio escolhido é os arredores de Atenas. Teseu não hesita em oferecer proteção ao ex-monarca tebano. Tudo pelo orgulho e gloria de Atenas! Quando descobrem que a presença do pai deixara de ser veneno pra ser cura, os filhos renegadores tentam trazê-lo de volta. Puro interesse e hipocrisia. Um tenta pela força, outro tenta a lábia. Édipo amaldiçoa a ambos. E torna-se protetor dos atenienses.
Em termos históricos, as loas a Atenas vieram quando a cidade estava prestes a ser derrotada pela inimiga Esparta (apoiada por Tebas, que nunca gostou de Atenas). De nada adiantou a injeção simbólica de ânimo tentada por Sófocles.
Diversas tragédias tematizam o período tebano, que funciona como marco do “começo” da história grega, mas também alimentava a presunção ateniense, que efetivamente desfrutou da supremacia na península por algum tempo.
Em termos formais, a tragédia é redondinha. Quase tudo acontece fora do palco e em sucessão vertiginosa: em questão de minutos os 2 filhos visitam o pai e até uma escaramuça é narrada! Um encenador moderno imaginativo conseguirá espetáculo absorvente, com texto grandioso e personagem arrebatadora prum ator experiente.
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