Juliana Vieira Costa tem 26 anos e mora em Penápolis/SP. É advogada
há dois anos e escreve desde sempre, mas apenas há um ano começou a divulgar suas
obras. Possui um blog onde publica poesias (www.retalhosdetinta.blogspot.com.br)
e lançou um livro de poemas intitulado “Retalhos de Tinta”, no início deste ano.
Ele pode ser encontrado no site www.clubedeautores.com.br.
Comentários podem ser enviados para o e-mail juvieiracosta@gmail.com.
Sei que você consegue ver a chuva
E senti-la tal como eu sinto
Sei que as mesmas gotas que te molham
Caem sobre meu rosto e encharcam meus
cabelos
Às vezes parece que as águas nos
cercam
E o medo de afogar aperta nossos
corações
Mas então você segura minha mão
E me sinto poder andar sobre essas
águas
Deixei de temer enchentes
Pois onde piso seus pés me acompanham
Construindo pontes, secando a terra
Como o sol que me desperta todas as
manhãs
Hoje a água se derrama sobre nós
e faz florescer em nossas almas
Olhe para o céu, veja como as nuvens
sorriem para nós
Por toda parte elas chovem o nosso
amor.
O que tem nos seus olhos?
Que toda vez que fitam os meus
Impedem que eu veja ou faça
Qualquer outra coisa que não tenha
você
Que não tenha teu reflexo
Que não tenha tua luz.
O que tem nos seus lábios?
Que quando tocam os meus
Quando encostam na minha pele
Provocam uma febre incurável
Sem remédio para amenizar
Que não sejam os beijos teus.
O que tem nas tuas mãos?
Que quando acariciam meu rosto
Quando apertam meu corpo
Fazem com que o mundo em volta
desapareça
E a vida perca todo o sentido
Se não estiver impregnada do cheiro
teu.
O que tem em você?
O que tem na sua alma?
O que tem no seu corpo?
O que tem nas suas palavras?
O que tem em você?
Muito de mim.
E em mim muito de você.
O que tem em você?
O que falta em mim.
O que falta no mundo.
O que sobra em nós.
Mil anos esperaria
Mil anos já esperei
Para cruzar o azul dos meus olhos
ao verde dos teus
Encontro de águas diferentes
mar revolto e lagoa cristalina
Como a primeira vez que te vi
Eu fugindo da própria consciência
e você apenas uma menina
Quantas vezes te tive em meus braços
Para te alegrar, para me acalmar
E quantas vezes nossas respirações
se perderam
Sem saber qual iria desistir primeiro
Apenas soube, sempre soube
que se um dia aquele sangue
fosse o nosso
contra tudo e todos
não acabaria ali.
E quando você estava pronta
Eu estava também
Você para chegar
Eu para partir
E eu te pedi pra me deixar ir
Porque você sabia que eu jamais me
afastaria
E olhando o mar, te beijei pela
última vez
Enfim o encontro selado
A lagoa se agitou
O mar se acalmou.
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