terça-feira, 25 de junho de 2013

TELINHA QUENTE 83


Roberto Rillo Bíscaro

Nunca fui fascinado pelo Titanic; até julgo morbidez tamanha fixação no desastre que, há mais de 100 anos, levou um milhar e meio de vidas pro fundo gelado e escuro do oceano. Achei o filme com o Di Caprio demasiado longo e apenas assisti à versão pra TV que saiu um ano antes do estouro camerônico, porque George C. Scott estava no elenco.
Mesmo assim, vi a multinacional minissérie Titanic: Blood and Steel (2012), porque a) Sir Derek Jacobi está no elenco (mais branco do que eu!), b) necessitava não viciar em ação dramática ultrassônica, como a de DALLAS, Ringer, Revenge, Scandal e afins e c) a série não era sobre o naufrágio, mas a construção do inafundável RMS Titanic.
Os 13 capítulos passam-se prioritariamente em Belfast, onde o maior navio da história – até então – foi construído. Lugar atrasado, estraçalhado por terrível divisão de classes e de religião: sindicatos contra patrões, católicos versus protestantes. Além disso, teimava-se em economizar na construção e em não modernizar os métodos de engenharia, os mesmos de meio século antes. Nesse sentido, o naufrágio titânico assume tons de fim do império britânico, retrógrado e submerso em conflitos.
Imprecisões invalidam “ver a mini pra aprender como o Titanic deu com os cascos n’água”. A White Star, construtora de grandes transatlânticos, desenvolveu uma tríade de gigantes. Além do Titanic, havia o Olympic e o Britannic. Em Titanic: Blood and Steel, um acidente com o segundo, desencadeia investigação e ações que repercutem sobre o amaldiçoado Titanic. Na verdade, os 2 navios foram meio coetâneos nas docas.
A despeito disso, a minissérie instrui com seu retrato duma época de proto-feminismo, de agitação operária, espionagem alemã, imigração italiana pra Irlanda do Norte e dramas pessoais das personagens.
Quando no último capítulo, vemos tantas pessoas ficcionais com as quais aprendemos a nos importar embarcando na armadilha flutuante dá dó e vontade de que houvesse segunda temporada, pós-naufrágio, pra saber quem pereceu e suas repercussões.
Não posso jurar, porque vali-me de outra fonte, mas parece que os 13 capítulos completos estão no You Tube, legendados em português. Eis o primeiro, o resto é com vocês!

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