Um dos produtos de exportação mais bem sucedidos da
Argentina nos últimos anos tem sido o eletrotango. Depois da revolução de
Piazzola, veio a da moçada que incorporou beats
e blips à tradicional música argêntea.
Já resenhei álbum de tango eletrônico no blog, leia aqui.
Em 2008, a canção Pa’ Bailar, do Bajofondo foi
apresentada ao público brasileiro, via abertura da novela A Favorita. O grupo
lançou álbum novo em maio. Presente conta com orquestra em algumas faixas, além
dos sons elétricos e investe em um par de novas ideias, ampliando o escopo
musical do grupo.
O álbum inicia com a
languidez de Intro (que encerra Presente, rebatizda como Outro), que dá lugar
ao fustigar passional de orquestra e bandonión de Código de Barras. A canção chicoteia nossos ouvidos deliciosa e
aceleradamente sem dó, fazendo com que desejemos que Intro não tivesse
existido. Vontade de bailar direto pro deslumbre portenho de Código de Barras,
de longe minha favorita no CD. Cuidado de se for ouvir caminhando, você o risco
de sair tangueando por la calle!
Pide Piso estaciona o bailado evolutivo do Bajofondo.
Não que seja de todo mal, porque é deliciosa, mas a faixa soa como uma P’a
Bailar 2, a Vingança.
La Trufa y El Sifon carrega pesinho guitarreiro meio
heavy no tango com bandonión, mas que também tem electronica. Melhor se tivesse
uns segundos a menos; Presente ultrapassa bem mais d’uma hora, com momentos que
nada acrescentam, pois soam repetitivos. Defeito que o torna um álbum muito bom
e não maravilhoso. Os quase 3 minutos de chatice a capela de Oigo Voces, podiam
ter ficado como exercício vocal pro cantor, antes de entrar no palco.
Sorte que a faixa vem antes da enxurrada
dance-pop-rock-orquestral de Cuesta Arriba. Lluvia é uma lavada dance de
levantar plateias. Mas, entre as 2, a repetitividade de Rendezvous brocha a
relação.
Presente nos presenteia com
um punhado de bons momentos e a esfuziante Código de Barras. Só ela já valeria
o disco.
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