quinta-feira, 1 de agosto de 2013

TELONA QUENTE 74

Em 1981, o mundo do horror foi estuprado por um petardo de baixo orçamento, dirigido pelo ninguém Sam Raimi. Evil Dead (A Morte do Demônio) disfarçava a falta de verba com edição crispada, atuações histriônicas e baciadas de sangue, baba, pus e caca. Como os efeitos não eram lá muito bons – além da conjunção do citado – o resultado é gore estilizado. Nojento, mas nojeira de mentirinha. Porrada no estômago, que influenciou carrada de filmes e cineastas e vomitou Raimi ao status de cult e depois ao de diretor de sucesso. Também cuspiu Bruce Campbell, a personagem Ash, ao pináculo da iconolatria aterrorizante.
O diretor Fede Alvarez refilmou A Morte do Demônio (2013) com orçamento maior e alta tecnologia. E o resultado foi inferior.
A narcodependente Mia e seus amigos/irmão vão a uma cabana no meio de impenetrável floresta pra ajuda-la a desintoxicar. Ideia de girico, mas a gente adora ver  babaca se ferrando. Tem que ser assim pra nos sentirmos menos culpados por gostar de ver tortura e morte!
Descobrem um livro amarrado com arame farpado; sinal de que não é pra mexer. Um fuça e a despeito dos avisos em vermelho-sangue pra que não leia (WTF?), o cidadão repete um encanto em voz alta (não é pra vibrar quando um trem desses sofre?) e desperta demônios ferozes, falando com voz engraçada (O Exorcista!), vomitando gosma e mutilando.
Na época de reality shows e de Jogos Mortais os efeitos são hiper-realistas. Dão nojinho, mas perderam uma dimensão. Também há inconsistências desagradáveis num roteiro meio preguiçoso (não esperem um novo Ash, nisso eles acertaram). Se uma das formas de matar os demônios é enterrá-los vivos, como um sai do chão pra agarrar a mocinha? E o desfibrilador surgido do meio do nada! Tudo bem que havia uma enfermeira no grupo, mas me deixa, né?
A Morte do Demônio 2013 não é importante.


O clássico oitentista, completo e dublado em português:

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