segunda-feira, 9 de setembro de 2013

CAIXA DE MÚSICA 101/TELINHA QUENTE 89



Roberto Rillo bíscaro

A implacabilidade e celeridade temporais fazem das Spice Girls objetos paleolíticos pros atuais pré-adolescentes, fatia importante do público do grupo em seu auge noventista. Imagine então um girl group, cujo pico da trajetória se deu nos anos 1940. As Andrews Sisters eram obsoletas 25 anos antes d’eu nascer (24/01/1967).
Mesmo assim, conhecia – e aprecio - alguma coisinha daquelas três meninas afinadíssimas, que cantavam em uníssono e se vestiam com uniformes militares – pelo menos, nas imagens e fotos que compõem meu repertório mnemônico delas. Pra conhecê-las, adorei achar no You Tube Andrews Sisters, Queens of the Music Machines, documentário da BBC.
Confirmaram-se meinhas lembranças de roupas marciais: as 3 irmãs foram estrondosamente famosas no período da Segunda Guerra e pouco antes e depois. Venderam milhões de álbuns, estrelaram filmes de Hollywood e foram rainhas incontestes da época das jukeboxes.

Tanto êxito foi fruto de muito ensaio, muita estrada e bons produtores e relações públicas, além do diferencial musical que as meninas estabeleceram: suas canções, a partir dos anos finais dos 30’s, eram bem mais dançáveis, leves e suingadas do que a competição. As Andrews Sisters, de certa forma, abriram caminho pra música pop de meninas como Supremes et ali. O documentário também reconhece a influência de LaVeme, Maxeme e Patty (falecida em janeiro) em Christina Aguilerra e nas retrôs Puppini Sisters.
Irmãzinhas quase siamesas da América durante a guerra contra os nazifascistas, as Andrews Sisters guardavam poderosas faíscas internas, que levaram a rusgas e distanciamentos na vida fora dos palcos.
Pra quem entende inglês, Andrews Sisters, Queens of the Music Machines revelará uma era quase esquecida.

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