Roberto Rillo bíscaro
A
implacabilidade e celeridade temporais fazem das Spice Girls objetos
paleolíticos pros atuais pré-adolescentes, fatia importante do público do grupo
em seu auge noventista. Imagine então um girl
group, cujo pico da trajetória se deu nos anos 1940. As Andrews Sisters eram
obsoletas 25 anos antes d’eu nascer (24/01/1967).
Mesmo assim, conhecia – e aprecio - alguma coisinha
daquelas três meninas afinadíssimas, que cantavam em uníssono e se vestiam com
uniformes militares – pelo menos, nas imagens e fotos que compõem meu
repertório mnemônico delas. Pra conhecê-las, adorei achar no You Tube Andrews Sisters, Queens of the Music
Machines, documentário da BBC.
Confirmaram-se meinhas lembranças
de roupas marciais: as 3 irmãs foram estrondosamente famosas no período da
Segunda Guerra e pouco antes e depois. Venderam milhões de álbuns, estrelaram
filmes de Hollywood e foram rainhas incontestes da época das jukeboxes.
Tanto êxito foi fruto de muito ensaio, muita estrada e
bons produtores e relações públicas, além do diferencial musical que as meninas
estabeleceram: suas canções, a partir dos anos finais dos 30’s, eram bem mais
dançáveis, leves e suingadas do que a competição. As Andrews Sisters, de certa
forma, abriram caminho pra música pop de meninas como Supremes et ali. O documentário
também reconhece a influência de LaVeme, Maxeme e Patty (falecida em janeiro)
em Christina Aguilerra e nas retrôs Puppini Sisters.
Irmãzinhas quase siamesas da América durante a guerra
contra os nazifascistas, as Andrews Sisters guardavam poderosas faíscas internas,
que levaram a rusgas e distanciamentos na vida fora dos palcos.
Pra quem entende inglês, Andrews Sisters, Queens of the Music Machines revelará uma era
quase esquecida.
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