Sabendo que o punk nasceu em Nova York e explodiumundialmente via Inglaterra, chegou a hora de olhar pra costa oeste
norte-americana. Nem só de skate, surf e James Taylor vivia a Califórnia
setentista. Mais influenciada pelos Pistols do que pelos nova-iorquinos –
embora não devamos subestimar os Ramones – aquela banda dos EUA produziu bandas
de ferocidade impar, desde pelo menos 1978.
TSOL, Dead Kennedys, The Weirdos e tantas outras
compuseram cena fervilhante em Los Angeles e San Francisco. Muitas não deixaram
registro em vinil, porque seguiam à risca a ideologia punk do não-alinhamento
ao sistema e sequer fizeram questão de reconhecimento fora dos restritos
círculos alternativos (pelo menos, é o que dizem). Caso algum grupo se
sobressaísse comercialmente corria sério risco de ser taxado de vendido.
O documentário Rage: 20 Years of Punk Rock West Coast
Style (2001) oferece 60 minutos meio erráticos de entrevistas com pilares da
sociedade punk do estado mais rico da federação do norte. Sem narrador e com
arte gráfica de fanzine, falta-lhe
certo rumo, mas sendo sobre punk até que combina e dá pra pescar informações
das falas de gente como Jello Biafra, o mais politicamente articulado de todos,
que com seu Dead Kennedys influenciou muita gente.
Diversos entrevistados jamais abandonaram a
adolescência, embora em 2001 fossem já maduros, mas não deixa de ser divertido
ouvi-los detonar Gwen Stefani e seu No Doubt e as bandas diluidoras do punk,
tipo Green Day, Offspring e Blink 182. Como tirar a razão deles com relação a
essas bandas?
Sem legendas.
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