terça-feira, 3 de dezembro de 2013

TELINHA QUENTE 101


Roberto Rillo Bíscaro

Depois duma primeira temporada magnífica, uma segunda errática e uma terceira triste, Downton Abbey voltou com 8 episódios, componentes de sua quarta vinda. Pedestre adjetiva bem essa temporada.
A chocante saída de personagem fundamental no moroso especial natalino do ano passado (o deste ano será mais alegre e movimentado, informam os produtores) pôs os aristocráticos Crawleys e seus associados e empregados em situação complicada. Em nível ficcional, como administrar Downton Abbey nos cambiantes anos 20, quando os trens já não mais esperavam pelos lordes, caso esses se atrasassem? Em nível real, como manter o interesse pela série sem uma metade do par romântico principal?
Famosa e querida por interlaçar vidas e dramas de patrões e empregados, Downton Abbey também perdeu uma serviçal que fazia a trama no andar de baixo ficar mais saborosa. Como viver sem as perfídias de O’Brien? A condição social reduz bastante o poder de ação dessas personagens, mas as maquinações da mucama entretinham.
Resultado de tantas perdas e tantos personagens foi uma temporada onde tudo se diluiu perigosamente. A opção pela concisão no número de episódios por temporada, aliada à necessidade de pelo menos fingir que todas as personagens atuam começou a pesar em Downton Abbey. Muito chique, com algumas tiradas que fazem sorrir, mas no fritar dos ovos, um blá blá blá tão superficial quanto as conversas dos Crawleys e seus convidados à mesa do jantar e que pode resultar mais inconsequente caso os produtores não tirem o time de campo enquanto estão por cima, como fizeram os de Lark Rise to Candleford ou Forbrydelsen.

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