Roberto Rillo Bíscaro
Depois duma primeira temporada magnífica, uma segunda
errática e uma terceira triste, Downton Abbey voltou com 8 episódios,
componentes de sua quarta vinda. Pedestre adjetiva bem essa temporada.
A chocante saída de personagem fundamental no moroso
especial natalino do ano passado (o deste ano será mais alegre e movimentado,
informam os produtores) pôs os aristocráticos Crawleys e seus associados e
empregados em situação complicada. Em nível ficcional, como administrar Downton
Abbey nos cambiantes anos 20, quando os trens já não mais esperavam pelos
lordes, caso esses se atrasassem? Em nível real, como manter o interesse pela
série sem uma metade do par romântico principal?
Famosa e querida por interlaçar vidas e dramas de
patrões e empregados, Downton Abbey também perdeu uma serviçal que fazia a
trama no andar de baixo ficar mais saborosa. Como viver sem as perfídias de
O’Brien? A condição social reduz bastante o poder de ação dessas personagens,
mas as maquinações da mucama entretinham.
Resultado de tantas perdas
e tantos personagens foi uma temporada onde tudo se diluiu perigosamente. A
opção pela concisão no número de episódios por temporada, aliada à necessidade
de pelo menos fingir que todas as personagens atuam começou a pesar em Downton
Abbey. Muito chique, com algumas tiradas que fazem sorrir, mas no fritar dos
ovos, um blá blá blá tão superficial quanto as conversas dos Crawleys e seus
convidados à mesa do jantar e que pode resultar mais inconsequente caso os
produtores não tirem o time de campo enquanto estão por cima, como fizeram os
de Lark Rise to Candleford ou Forbrydelsen.
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