Andávamos pela Avenida Corrientes, Carlito e eu, quando
vi cartaz anunciando peça com meu ídolo Júlio Chavez. Tirei foto e entramos no
Paseo la Plaza, complexo de teatros, restaurantes e cafés. O miolo do
quarteirão foi remodelado e a gente não tem ideia, passando pela frente, de
quanta coisa há no Paseo.
Comecinho de janeiro e nem sabia quando voltaria ao
Brasil; cogitava lá pelo dia 15. A bilheteira disse que a peça estrearia dia 18
e pro dia 19 havia assentos na boca do palco. Quando vira Chavez em La Cabra,
sentara-me no gargarejo e queria ficar novamente colado no maior ator argentino
da atualidade. Pra variar, o cartão de crédito com chip não foi aceito – Argentina, modernize-se, tem muito turista
aí! – e Carlito teve que me socorrer, mas consegui as entradas. Júlio Chavez
determinou que meu retorno ao Brasil demorasse mais do que o suposto. Ele
manda. Ele pode.
A obra era Red, de Jon Logan, primeiramente encenada em Londres, em 2009. O pintor expressionista abstrato Mark Rothko aceitara uma comissão de centenas de milhares de dólares pra pintar murais prum restaurante exclusivérrimo. Contrata um ajudante pra dar conta da tarefa e a tensão entre o pintor e a realidade, seus sonhos e crenças e também em relação ao jovem constitui o conflito de Red, baseada no manjado modelo de botar 2 personagens de idades díspares em cena e ver as faíscas dispararem. Em minha primeira visita a Buenos Aires vi Visitando Mr. Green, que segue o mesmo esquema.
A obra era Red, de Jon Logan, primeiramente encenada em Londres, em 2009. O pintor expressionista abstrato Mark Rothko aceitara uma comissão de centenas de milhares de dólares pra pintar murais prum restaurante exclusivérrimo. Contrata um ajudante pra dar conta da tarefa e a tensão entre o pintor e a realidade, seus sonhos e crenças e também em relação ao jovem constitui o conflito de Red, baseada no manjado modelo de botar 2 personagens de idades díspares em cena e ver as faíscas dispararem. Em minha primeira visita a Buenos Aires vi Visitando Mr. Green, que segue o mesmo esquema.
Se formalmente essas peças não apresentam novidade, são
propícias pra grandes atores duelarem em cena. Geralmente uma estrela mais
madura contracenando com jovem, resultando em mais luz pra estrela. No caso de
Mr. Green, o venerável Pepe Soriano atuando ao lado dum galã de telenovela.
Todo mundo saiu ganhando: El Sori engoliu o moço, a produção nadou em grana
porque galã de TV atrai plateia e este ganhou mais respeitabilidade por ter
feito teatro.
Em Red, Júlio Chavez – sob ataque na mídia argentina
por supostamente ser antipático com colegas duma telenovela (ele pode!) –
divide o palco com Gerardo Otero, muito bem como o aspirante a pintor e
antagonista de Rothko, alternando momentos de fragilidade, ataque e emoção.
Mas, o show é de Chavez; o texto, o cartaz, as fotos da produção, as entrevistas e divulgação, tudo (re)afirma isso. E ele dá outro banho. Desde o andar e o sentar dum homem velhusco e cansado até distintas fisionomias, tons de voz, Mestre Júlio não deixa o espetáculo cair na monotonia nem por uma fração de segundos. Dá vontade de ir a Buenos Aires no feriado de Carnaval pra fruí-lo novamente.
Pena que não pude sacar
fotos: a droga do celular desligou sozinho e quando consegui fazê-lo funcionar,
Júlio já deixara o palco após aplausos entusiásticos duma plateia hipnotizada
por seu talento.Mas, o show é de Chavez; o texto, o cartaz, as fotos da produção, as entrevistas e divulgação, tudo (re)afirma isso. E ele dá outro banho. Desde o andar e o sentar dum homem velhusco e cansado até distintas fisionomias, tons de voz, Mestre Júlio não deixa o espetáculo cair na monotonia nem por uma fração de segundos. Dá vontade de ir a Buenos Aires no feriado de Carnaval pra fruí-lo novamente.
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