Roberto Rillo Bíscaro
Desde que vi Kinamand, virei fã do dinamarquês Bjarne
Henriksen. Por sua causa descobri a excelente série Forbrydelsen. Novo presente
via Bjarne: Irene Huss, dúzia de telefilmes; baseados nos romances policiais de
Helene Tursten. Produzidos na Suécia, meia dúzia foi ao ar em 2007-8 e a outra,
em 2011.
Irene Huss é detetive da Unidade de Crimes Violentos de
Gotemburgo, segunda cidade do Reino da Suécia. Mãe e esposa, tem que dar conta
dos hediondos crimes investigados e ainda passear com o cachorro, preocupar-se
com o namorado skinhead duma filha,
dar conselhos pro maridão chef sobre
abrir ou não um novo restaurante. Embora eu tenha achado essas partes meio
chatas às vezes, fazem parte do conceito que deixa esse programa destacável na
multidão de cop shows, a saber, a
cotidianidade. Além disso, em vários episódios, a família de Irene se vê
envolvida nos casos.
O caráter dia-a-dia da policial lutadora de jiu-jitsu
também se estende pra chefatura de policia. Irene Huss trabalha em equipe; a
personagem não é geniazinha que deduz quem é o culpado a partir do quase nada,
deixando todos embasbacados. Embora não tão destacados em suas particularidades
como a personagem-título, seus colegas de equipe têm características próprias e
conseguimos diferenciá-los/gostar deles. Meu favorito é o meio rabugento,
ácido, chauvinista e homofóbico Jonny.
Adoro ver produções fora das manjadas norte-americanas pra
sacar um pouco sobre países menos cotados, que conhecemos mais por
estereótipos. Não uso séries pra “conhecer” aqui ou ali, mas é instrutivo
quebrar a noção pré-fabricada de que a homossexualidade é plenamente aceita na
Escandinávia ou aprender que a vizinha mais pobre Finlândia, exporta faxineiras
pra afluente Suécia.
Claro que isso não faria sentido se o programa fosse
ruim, afinal, vemos séries por entretenimento e isso Irene Huss entrega com
competência. Os telefilmes duram cerca de 90 minutos e as histórias tomam rumo
inesperado, com personagens que pareciam nada ter a ver com o caso tornando-se
suspeitos e/ou culpados. Típico de romance policial.
Nenhum comentário:
Postar um comentário