Roberto Rillo Bíscaro
A produtora inglesa Hammer sempre ocupará lugar de
destaque na história do cine de horror, com seus filmes de época destacando
vampiros, lobisomens e múmias e atores como Christopher Lee e Peter Cushing. As
produções baratas da companhia tinham charme peculiar, além de terem marcado as
noites televisivas de muitos de nós na faixa dos 40 adiante.
Em 1980, a Hammer tentou conquistar o mundo da TV com
os 13 episódios da série Hammer House of Horror, exibida no Brasil em meados da
década pela TVS (hoje SBT) sob o nome A Casa do Terror.
Comprometida por parco
orçamento e não especialmente brindada com grandes roteiros, muitos dos
episódios são enfadonhos e cheios de conversa fiada. Pras audiências
contemporâneas, as histórias de bruxaria e voodoo
causarão menos inquietude do que o banho de sangue do Brasil Urgente, ainda que
tenha me surpreendido a audácia de em plena TV oitentista um encanamento
estourar sobre uma mesa de celebração de aniversário infantil e todas as
crianças serem encharcadas no carminzérrimo vermelho ígneo de sangue
exageradamente falso. Como não rolar de rir?
Com poucos episódios bons, restou-me reconhecer rostos
queridos.
Christopher Cazeneve o malvado Ben Carrington, irmão do
Blake de Dynasty, se dando mal em história de lobisomem e sua procriação
Uma das histórias mais elaboradas em termos de
subtexto, que aborda o problema da incomunicabilidade contemporânea, colocou um
jovem Brian Cox contracenando com um idoso idoso Peter Cushing. Uma de minhas
favoritas.
Denholm Eliot, que amo desde September, de Woody Allen,
numa história engraçadinha de sonho dentro de sonho dentro de sonho dentro de
sonho dentro de....
Meu episódio favorito foi Charlie Boy, história de vudu
com algumas mortes, mal feitas, mas interessantes. Adoro clima slasher.
Não posso recomendar Hammer
House of Horror em sua totalidade, a não ser pra fanáticos por Hammer ou oitentistas ávidos. Mas, como alguns episódios em português estão no Youtube, por que não conhecer?
A
única coisa realmente memorável é o melancólico tema de abertura/encerramento.
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