Roberto Rillo Bíscaro
Crime de lesa-humanidade Aphrodite, de Kylie Minogue, não ter recebido a divulgação merecida. A veterana australiana trocou o time de empresários e está de volta com Kiss me Once. Como Vó Madonna, Tia Kylie cercou-se de modernos e descolados produtores/compositores, mas o resultado é bastante inferior à Aphrodite. Com vocais muito alterados tecnologicamente ou inexpressivos e uma coleção de canções sem personalidade ou ruins, Kiss me Once decepciona.
A faixa de abertura e sua inflexão tribal de trilha
sonora da Disney dá a sensação de Phil Collins no mais baixo da carreira – o
álbum Testify, de 2002 – tentando em vão se modernizar. Até Yô ô ô tem! Fã do
baterista do Genesis, pasmei ao perceber que seus maneirismos vocais caberiam
tranquilamente na faixa. Nada de errado remeter a Collins, mas pra quem quer
ser mudérrrna não tem cabimento. Essa síndrome PC assola a faixa-título; não me
surpreenderia se a plateia acendesse isqueiros nos shows durante essa balada.
O álbum trata quase
exclusivamente de sexo. Les Sex poderia ser faixa oitentista de Howard Jones ou
Nik Kershaw e Sexercise é superatual...pra 2012, quando dubstep era novidade.
Beautiful devia se chamar Ugly. Ká, onde você estava
com a cabeça quando gravou algo tão sem rosto com Enrique Iglesias? Leitor, refugie-se
nos antigos duetos com Jason Donovan, Robbie Williams ou Nick Cave.
O ponto alto de Kiss me Once vem em trinca nas faixas
2, 3 e 4. Million Miles é espoletice pulável dance que melhor caracterizava a Minogue século XXI. I Was Gonna
Cancel é sublime atualização do sintetizado funk da primeira metade dos anos
80. Produzida por Pharell Williams, remete demais à obscura Rah Band (alguém
lembra?) e pertence à linhagem revisionista de contemporâneos como o Chromeo.
Viciante, estou obcecado desde a primeira audição. Merecerá presença em
qualquer futuro Best Of. Sexy Love é
sensualmente rebolável e mais uma tentativa de repetir Spinning Around. Essa
tríade dá certa tristeza quando se pensa que delícia Kiss Me Once poderia ter
sido.
A Deluxe Edition traz 2 faixas bônus. Mr. President
emula a sonoridade de Lady Gaga, mas a letra sobre tesão pelo presidente dos
EUA cairia melhor num álbum da Ke$ha ou no fiasco da Paris Hilton, em 2006.
Gostosinha, mas Kylie tá meio passada pra letra. “I’ll be your Marylin”, trina a
pequerrucha. Perturbada! Não lembtra do fim da amante de JFK?
Sleeping With the Enemy é simpática ao estilo dance anos 90, mas dependendo do corpo do/a inimigo/a, aconselharia
dormir com ele/a. Muito mais excitante do que a canção.
Quando Kylie apareceu na linha de produção pop em massa
de Stock, Aitken and Waterman, muitos previram seu desaparecimento breve. Em
1997, quando as Spice Girls dominavam o planeta, a careira de Minogue parecia
finda. Ela se reinventou no início deste século e hoje, enquanto afortunadamente
nenhuma Spice Girl importa nada no mundo musical, La Minogue ainda tem súditos
e lança álbuns. O fôlego estaria no fim, depois de 25 anos no degradável mundo
pop?
Aguardemos. Por enquanto,
resta constatar que o mais recente trabalho de Kylie deveria ter sido na melhor
das hipóteses, um maxi single.
Desculpa, mas Kiss me once é uma delícia e dá uma aula de pop music às novatas. Pode não ser o melhor do álbum da Kylie, mas smanba bonito diante do que as outras vêm mostrando. Aguardando a próxima turnê destruidora da Kylie...
ResponderExcluirQuerido passe óleo no seu rabo para a merda sair por lá, pq essa merda está saindo de sua boca!
ResponderExcluirConcordo com vários dos seus pontos, mas sua opinião perde toda a credibilidade quando você se desmancha em elogios ao Aphrodite, álbum mais datado, sem graça e bobo da Kylie? Audível? Do início ao fim, mas é um álbum kitschy, datado mesmo na época do lançamento sem muitas canções memoráveis.
ResponderExcluirConcordo que o Iô-iô de Into the Blue é um saco, mas a letra é linda e a base é sensacional. Sexy Love não tem muito de Spinning Around, está mais para um filho de WoW do sensacional X. Recomendo a você mais umas escutadas, Kiss Me Once é aquela faixa que cresce no conceito depois de algumas escutadas, Fine é uma obra-prima e Les Sex é uma delícia, mas funciona mil vezes melhor ao vivo.
Coitado!!! nem perco tempo. blog do albino incompetente. rssss
ResponderExcluirInteressante o seu ponto de vista musical e comparações de diferentes gêneros musicais com as faixas do Kiss Me Once. Ao meu ver você tem muita cultura musical e entende bastante sobre o assunto. Entretanto devo discordar de você em alguns pontos:
ResponderExcluirAphrodite não teve a devida popularidade e você o elogia o tempo inteiro. É fato que "Les Folies" foi uma das melhores turnês da Kylie, mas se não fossem as músicas dos outros álbuns a turnê não teria a sua excelência.
Kiss Me Once busca renovar a Kylie em diversos sentidos musicais (inclusive não tem absolutamente nenhuma relação com o álbum antigo) e a ideia fundamental do lançamento do novo álbum pela própria Kylie é querer mudar de forma que possa se atualizar com as tendências musicais modernas (assim como a Madonna citada no seu artigo). Nunca foi intuito da Kylie querer conquistar inúmeros fãs pelo mundo todo (creio eu que vc saiba disso) mas sim manter a qualidade de suas músicas para nós lovers.
Quando vc usa a seguinte citação "afortunadamente nenhuma Spice Girl importa nada no mundo musical" perde todos os créditos de fã das Spice comigo.
Vamos listar algumas coisas BEM recentes sobre a carreira solo de algumas Spice Girls:
MEL C
https://www.youtube.com/watch?v=7eO0hhfq5RM
https://www.youtube.com/watch?v=j3sRdbaMwgk
https://www.youtube.com/watch?v=qc9LO0eRxxw
Mel B
https://www.youtube.com/watch?v=jUUO5JeT-QA
Geri Halliwell
https://www.youtube.com/watch?v=bQ73Kpj7sUw
Ao falar sobre o mundo musical, procure pesquisar um pouco melhor. Quem sabe você não comete mais essa gafe das Spice Girls?