Nem sei se a sessão de cine é a adequada pro comentário
de hoje, mas, como a de TV tem estado bem mais ativa, vai aqui mesmo.
Assisti às 2 partes restantes da trilogia Millennium,
baseada nos best sellers do finadoescritor sueco Stieg Larsson. Aqui você descobre o que achei do mais famoso dos
filmes, Os Homens que Não Amavam as Mulheres.
A incerteza quanto ao lugar da publicação é
porque Flickan Som Lekte Med
Elden (Millennium II: A Menina que Brincava com Fogo) e Luftslottet Som Sprängdes (Millennium III:A Rainha de Castelo de Ar, ambos de 2009) foram produzidos pra
cinema, mas versões estendidas foram exibidas como minissérie na TV sueca, em 2010. Cada uma
tem quase 3 horas e caí na besteira de escolhê-las. Encompridar o assunto foi vão.
Os filmes são lentos e o primeiro é algo confuso, ainda por cima. Deu sono e os
interrompi mais de uma vez.
Em Flickan Som Lekte Med Elden, Lisbeth
Salander voolta à Suécia e mal se instala num luxuoso e vazio apartamento, é
acusada de crimes não cometidos. Como seu passado ”oficial” é da pesada, com
tentativa de incendiar o pai, institucionalização em sanatório e rebeldia em
geral, quase ninguém pensa 2 vezes antes de assumi-la culpada. Exceto, claro,
pelo jornalista Mikael Blomkvist, editor da revista Millennium e seu
companheiro de investigação e aventura no primeiro filme.
No início,
dá a impressão de que a trama versará sobre tráfico de mulheres, mas logo o
caminho se altera e é o passado de Salander que retorna pra
atormentá-la/eliminá-la. Mas, daí, adiciona-se elemento de conspiração duma
organização secreta e tudo se confunde. Se eu tivesse visto no cinema, ficaria
emputecido com o final que resolve nada, porque depende do terceiro filme. Se
nem série, gosto mais de esperar pela resolução de cliffhangers, imagine
no cinema! A não ser que a trilogia tenha sido lançada duma vez na
Escandinávia, mas daí, nao sei dizer.
Luftslottet Som Sprängdes começa com a anticonvencional heroína Salander passando por uma
cirurgia no cérebro pra pouco depois aparecer com o cabelo restituído (oi, tá
boua, bunita?). O foco muda de policial pra drama de tribunal e o deslinde da
tal conspiração é abrupta, comparada com a morosidade no desenvolvimento da
história. Filme europeu tem fama de ser mais lento, mas esse tipo - que se quer
meio hollywoodiano, admitamos – nao poderia sê-lo.
A diminuta e esbelta Noomi Rapace encarna a cyberpunk Lisbeth Salander com o
perfeito equilíbrio de frieza, alheamento, ressentimento e vulnerabilidade que
a memorável personagem exige; seus olhares são espantosos quase. Porém, nos 2
filmes ela está longe do parceiro e a química entre os 2 constituía parte do
charme do filme inicial.
A misoginia, antes
conectada ao nazismo, passa a ser sutilmente ligada ao próprio Estado, suas
instituições e à psiquiatria. Mas, o que poderia ser interessante ponto
positivo, se perde em pasmaceira narrativa.
Também não gostei desses filmes, todo dinismo da série escrita se perde na tela.
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