quinta-feira, 20 de março de 2014

TELONA QUENTE 81

Nem sei se a sessão de cine é a adequada pro comentário de hoje, mas, como a de TV tem estado bem mais ativa, vai aqui mesmo.
Assisti às 2 partes restantes da trilogia Millennium, baseada nos best sellers do finadoescritor sueco Stieg Larsson. Aqui você descobre o que achei do mais famoso dos filmes, Os Homens que Não Amavam as Mulheres.
A incerteza quanto ao lugar da publicação é porque Flickan Som Lekte Med Elden (Millennium II: A Menina que Brincava com Fogo) e Luftslottet Som Sprängdes (Millennium III:A Rainha de Castelo de Ar, ambos de 2009) foram produzidos pra cinema, mas versões estendidas foram exibidas como minissérie na TV sueca, em 2010. Cada uma tem quase 3 horas e caí na besteira de escolhê-las. Encompridar o assunto foi vão. Os filmes são lentos e o primeiro é algo confuso, ainda por cima. Deu sono e os interrompi mais de uma vez.
Em Flickan Som Lekte Med Elden, Lisbeth Salander voolta à Suécia e mal se instala num luxuoso e vazio apartamento, é acusada de crimes não cometidos. Como seu passado ”oficial” é da pesada, com tentativa de incendiar o pai, institucionalização em sanatório e rebeldia em geral, quase ninguém pensa 2 vezes antes de assumi-la culpada. Exceto, claro, pelo jornalista Mikael Blomkvist, editor da revista Millennium e seu companheiro de investigação e aventura no primeiro filme.
No início, dá a impressão de que a trama versará sobre tráfico de mulheres, mas logo o caminho se altera e é o passado de Salander que retorna pra atormentá-la/eliminá-la. Mas, daí, adiciona-se elemento de conspiração duma organização secreta e tudo se confunde. Se eu tivesse visto no cinema, ficaria emputecido com o final que resolve nada, porque depende do terceiro filme. Se nem série, gosto mais de esperar pela resolução de cliffhangers, imagine no cinema! A não ser que a trilogia tenha sido lançada duma vez na Escandinávia, mas daí, nao sei dizer.
Luftslottet Som Sprängdes começa com a anticonvencional heroína Salander passando por uma cirurgia no cérebro pra pouco depois aparecer com o cabelo restituído (oi, tá boua, bunita?). O foco muda de policial pra drama de tribunal e o deslinde da tal conspiração é abrupta, comparada com a morosidade no desenvolvimento da história. Filme europeu tem fama de ser mais lento, mas esse tipo - que se quer meio hollywoodiano, admitamos – nao poderia sê-lo.  
A diminuta e esbelta Noomi Rapace encarna a cyberpunk Lisbeth Salander com o perfeito equilíbrio de frieza, alheamento, ressentimento e vulnerabilidade que a memorável personagem exige; seus olhares são espantosos quase. Porém, nos 2 filmes ela está longe do parceiro e a química entre os 2 constituía parte do charme do filme inicial.
A misoginia, antes conectada ao nazismo, passa a ser sutilmente ligada ao próprio Estado, suas instituições e à psiquiatria. Mas, o que poderia ser interessante ponto positivo, se perde em pasmaceira narrativa.

Um comentário:

  1. Também não gostei desses filmes, todo dinismo da série escrita se perde na tela.

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