Roberto Rillo Bíscaro
Parte do apelo das histórias policiais é a necessidade humana de explicações. Somos bastante ineptos pra lidar com o desconhecido/incerto. Não é incomum em programas Datenescos escutarmos lamentos quanto à falta dum corpo pra velar/enterrar.
Parte do apelo das histórias policiais é a necessidade humana de explicações. Somos bastante ineptos pra lidar com o desconhecido/incerto. Não é incomum em programas Datenescos escutarmos lamentos quanto à falta dum corpo pra velar/enterrar.
Spoorloos, filme holandês que vi com 26 anos de atraso,
é excelente suspense psicológico sobre a necessidade obsessiva de fechamento
dum ciclo, o tão usado “closure”, em inglês. No filme, inclusive, ele ocorre
literalmente!
Lançado em videocassete na época como O Silêncio do
Lago, os norte-americanos o refilmaram nos 90’s pra não precisar ler legendas;
com o mesmo diretor. Por aqui, a versão ianque recebeu também o nome de
Silêncio do Lago, mas depois de ver a europeia nem quero saber dela.
Um casal de amigos viaja de férias, quando a
companheira desaparece em plena luz do dia em um posto de beira de estrada
lotado, no auge do verão europeu. O cotidiano da viagem é preenchido por
suspense com a preparação que o roteiro dá ao evento. Um dos pontos fortes de
Spoorloos (também conhecido como The Vanishing; O Desaparecimento) é inquietar
o máximo dando bastante informação e mostrando pessoas e cenas não muito
incomuns.
3 anos depois, o companheiro ainda está obcecado com o
sumiço da moça e vive dando entrevistas ou pregando cartazes de “procura-se”. O
abdutor contata o homem e estabelece-se uma questão: quão longe alguém está
disposto a ir pra atingir o conhecimento. No final, estava me indagando quem
era mais doido.
Quieto, dando logo a identidade do aparentemente convencional
papai de família sociopata, Spoorloos deve ter sido inovador, porque consegue
muita tensão sem pirotecnia.
Quem quiser ver no Youtube, legendado em inglês, está
aqui:
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