Roberto Rillo Bíscaro
No auge da popularização da acid house, Lisa Stansfield participou duma faixa do álbum do Coldcut. People Hold On estourou em 1988 e no ano seguinte a vocalista – que já ralava no meio musical há anos, com sucesso modesto – saiu em carreira-solo, abocanhando boa parte do globo com o überhit apropriadamente intitulado All Around the World. Seguiram-se álbuns sofisticados misturando sonoridades negras adaptadas ao gosto noventista. La Stansfield é da linhagem de branquelas britânicas de alma preta: Dusty Springfield, Helen Terry, Alison Moyet, Anne Lennox, Amy Winehouse, Adele.
No auge da popularização da acid house, Lisa Stansfield participou duma faixa do álbum do Coldcut. People Hold On estourou em 1988 e no ano seguinte a vocalista – que já ralava no meio musical há anos, com sucesso modesto – saiu em carreira-solo, abocanhando boa parte do globo com o überhit apropriadamente intitulado All Around the World. Seguiram-se álbuns sofisticados misturando sonoridades negras adaptadas ao gosto noventista. La Stansfield é da linhagem de branquelas britânicas de alma preta: Dusty Springfield, Helen Terry, Alison Moyet, Anne Lennox, Amy Winehouse, Adele.
Sentindo-se deslocada do meio musical do atual século,
a chanteuse parou de gravar em 2004.
Talvez porque os anos 90 venham entrando na moda, Lisa soltou material novo. Seven,
lançado há um par de meses. Nada de disfarçar rugas sonoras: o mais recente que
La Stansfield soa é anos 90 num trabalho com vários pontos altos.
A produção é cristalina, com
sedosas e deslizantes cordas e suingado naipe de metal. O vocal modula mansas
marolas ou surfa em ondas de emoção tsunâmica.
Seven abre soberbo com Can’t Dance, na qual percebemos
a maturação do grave da cantora, na segunda metade de seus 40’s. Com guitarra a
la Chic, dá vontade de desfilar, deslizar, planar, batendo palminhas
ocasionais.
Why cai no jazz apimentadinho de Peggy Lee e no som de
big band tipo Benny Goodman (adivinhem em qual banda Peggy cantava?). Tente
ouvir sem estalar os dedinhos!
A essência Motown de So Be It convida à patinação na
primavera, mesmo não se sabendo. Carry On explode com introdução disco e se
metamorfoseia em Motown mais marcada e a letra afirmativa empodera pra levar
qualquer fora do(a) parceiro(a).
The Crown é o mais contemporâneo de Seven: urban soul, anos 90. Da mesma década é
Love Can, com seu aceno pra sensualidade de Barry White, uma das fixações de
Stansfield.
As faixas mais lentas surrupiam a nota 10 de Seven.
Destaque vai pra Stupid Heart, de sonoridade ianque sulista e vocal encharcado
de emoção. Outras, tirante a interpretação não têm muita graça.
A Deluxe Edition traz 3 faixas ao vivo, provando que a
cantora também sabe fazer fora do estúdio e desnecessária releitura de You
Can’t Deny It, faixa do álbum de estreia.
Lisa Stansfield ainda tem
um truque ou 2 pra ensinar às divas novatas.
Que sorte a nossa por ela ter voltado!!!
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