Italo Prog - I
Roberto Rillo Bíscaro
A Itália é curiosa. Quando algum gênero musical cai em suas graças, os italianos copiam e maximizam tanto alguns aspectos, que obrigam a criação de subgêneros prefixados com ítalo. Já escrevi sobre Italo Disco.
A Itália é curiosa. Quando algum gênero musical cai em suas graças, os italianos copiam e maximizam tanto alguns aspectos, que obrigam a criação de subgêneros prefixados com ítalo. Já escrevi sobre Italo Disco.
Com o rock progressivo não foi distinto. Nos anos 70,
mormente na primeira metade, a Bota empipocou-se de bandas geralmente
inspiradas em modelos britânicos, mas injetando certa “italianidade” nos vocais
dramáticos (muitos muito ruins), instrumentação épica, enfim, o exagero.
A quase totalidade dessa produção periga ser esquecida,
embora esteja cada vez mais disponível, por exemplo, com álbuns completos no
Youtube.
Entrei numa fase de Italo prog e quero compartilhar
algumas impressões com vocês.
Comecei com Alphataurus
(1973), da banda homônima. Peccato d´orgoglio tem quase 13 minutos e é pérola.
Começa meio jazz fusion, entra prum caminho meio lento, mas depois vem a onda
de órgãos Moog e Hammond e o paraíso prog sinfônico começa.2 canções curtas,
sendo que a instrumental Croma traz um daqueles trechos melódicos
inesquecíveis. Dopo
L´uragano é a mais fraca sem ser ruim, mas a influência é mais hard rock e
blues. As 2 últimas fixas com seus quase 10 minutos cada retomam o clima
sinfônico ao estilo Emerson, Lake & Palmer. Ombra Muta finaliza o álbum apoteoticamente,
com semi-duelo de guitarra e órgão. Recomendado.O Biglietto Per L'inferno lançou álbum homônimo em 1974, com letras em italiano e vocais às vezes derrapantes, que não comprometem a boa qualidade do trabalho. Prog sinfônico ao estilo de Genesis (fase Nursery Crymes) e Jethro Tull, com pitadas de hard rock, como em Il nevare e Confessione que vem em versão com letra e instrumental. Ansia abre o álbum com estilo Genesis fase Tresspass e grande trabalho dos órgãos, que se repete na alternadamente melódica e agressiva Uma Strana Regina, com sua descarga rápida de flautas a La Jethro. Fã de prog sinfônico geralmente valoriza longas canções, porque gostamos de filigranas (pseudo-)eruditas, então os mais de 13 minutos de L’Amico Suicida tornam-se o chamariz da obra. Exceto pelo vocal ruim do começo, a faixa sacia gostos sinfônicos e o grupo evitou experimentalismos que arruinaram muitas canções do gênero. Ora, se curto sinfônico é porque sou mais conservador, quero longas suítes de música “clássica” plugadas na tomada. Há bandas que cortam o T com ruídos e esquisitices no meio das canções. Felizmente, isso não ocorre aqui. Outro álbum recomendado.
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