Roberto Rillo Bíscaro
Tentando capitalizar o renascimento das prime time soaps (novelas exibidas em horário nobre) com nomes bombásticos ao estilo de Revenge, a ABC lançou Betrayal (Traição), em setembro de 2013. Baseada numa série holandesa, o show me interessou, porque se centrava num clã rico e malvado. A despeito da baixa audiência, vi os 13 episódios da primeira temporada. A exemplo da decepcionante Deception, entendi o desinteresse do público.
Tentando capitalizar o renascimento das prime time soaps (novelas exibidas em horário nobre) com nomes bombásticos ao estilo de Revenge, a ABC lançou Betrayal (Traição), em setembro de 2013. Baseada numa série holandesa, o show me interessou, porque se centrava num clã rico e malvado. A despeito da baixa audiência, vi os 13 episódios da primeira temporada. A exemplo da decepcionante Deception, entendi o desinteresse do público.
Sara é uma fotógrafa classe-média que conhece Jack,
advogado filho adotivo do poderoso Tatcher Karsten. Jack é casado com a filha
biológica do empresário e é seu braço direito. Ele “dá um jeitinho nas coisas”
(Olivia Pope gritando?). Sara é casada com um ambicioso promotor público. Na
noite em que Sara e Jack transam pela primeira vez, o cunhado de Tatcher é
assassinado. Adivinhem quem será o promotor cuidando do caso e sedento por
destruir os Karsten?
Personagens de soap
operas têm que ser exageradas; “larger than life”, costumam dizer em
inglês. Confira JR Ewing, Alexis Morel Carrington Colby Dexter ou Victoria Grayson. Tramas e comportamentos são tão estapafúrdios que tudo precisa ser
excessivo pra gente viciar.
Betrayal traiu o público ao apresentar um par romântico
desinteressante, conflitos mornos (imagine o lesbianismo da filha não ser usado
contra ela, pelo menos por um tempo; queremos drama!) e ausência de ostentação.
Mesmo odiando Victoria Grayson, quem não curte/inveja seus modelos Dolce &
Gabana? Quem não se projeta na quase ilimitada liberdade de ação de Emily Thorne?
Soap é escapismo, golpes baixos, conflitos em potência enésima e se tem gente
rica, glamour! Betrayal falha
miseravelmente em todos os quesitos. Muito tempo desperdiçado com Drew e Sara
lendo historinha pro Oliver. Se eu quisesse isso, escolheria algum programa do
Lifetime!
James Cromwell (A Sete Palmos, American Horror Story) foi
decisivo pra eu dar chance a Betrayal. Tatcher Karsten é patriarca vilanesco
que faz tudo pela família, inclusive usá-la de tudo quanto é jeito, com a
desculpa de querer apenas o seu bem. Tenteando uma conexão com a Chicago dos
gangsteres alcapônicos, o roteiro põe Tatcher cometendo altas brutalidades.
Mas, JR, Alexis ou Vicky Grayson quase sempre MANDAM fazer o serviço sujo. Ou
coagem alguém pra fazê-lo. Em Betrayal, nem do vilão gostei!
O capítulo final resolve os
ínfimos mistérios e dá destinos às personagens. A ausência de cliffhanger é forte indício de inexistência
de segunda temporada. Não creio que muita gente sentirá saudades de Betrayal.
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