terça-feira, 20 de maio de 2014

TELINHA QUENTE 121

Roberto Rillo Bíscaro

Vi 2 minisséries, sobre as quais deu vontade de comentar.


Jane Austen não morre; incrível! Não bastassem as frequentes adaptações pra telona/telinha, tem havido uma cachoeira de “continuações”, paródias e histórias inspiradas em seus livros. Já resenheiPride & Prejudice and Zombies.
Em 2011, PD James retomou Pride and Prejudice em seu Death Comes to Pemberley, adaptado em minissérie pela BBC como parte da programação do último Natal.  
Darcy e Lizzy estão felizes e com filhos na idílica Pemberley. Darão grande baile, pro qual não convidam a escandalosa Lydia e seu marido embrulhão, Mr. Wickham. Eles, no entanto, decidem ir como penetras e ainda levar um convidado. Wicked, Mr. Wickham, indeed!
Ao atravessarem a floresta em Pemberley, o amigo do casal é assassinado e as suspeitas recaem sobre Wickham. Austen deu Lydia e George Wickham de bandeja pra gerar muita confusão e James aproveitou o presente pra criar agradável fantasia de época misturada com história de detetive, com pitadinhas de CSI  - hoje em dia, todo programa tem que mostrar alguma técnica de reconstituição “”científica” dos crimes.  
Os 3 capítulos têm charme e material pra entreter românticos sonhadores com as convenções matrimoniais senhoriais inglesas do século XIX, fãs de mistérios, Austen-adictos (que podem se sentir lisonjeados ou profundamente insultados pela “dessacralização” da obra de sua deusa), ou simplesmente admiradores de séries de época, porque a produção é esmerada. 
Mr. Bingley, Mr. Collins, Charlotte não têm espaço e Jane aparece por breves momentos, mas Mrs. Bennet e Lady Catherine de Bourgh seguem fiéis ao estilo outorgado por La Austen (claro que sou devoto, só não a idealizo como anjo romântico de candura!). Mr. Darcy e Elizabeth quebram o pau e o sisudo Sir Selwyn Hardcastle foi criado por PD James pra investigar o caso, resolvido adivinhem por quem? Anna Maxwell Martin, a Esther Summerson de Bleak House, está perfeita como Elizabeth.

Depois de ler e escrever sobre The Mayor of Casterbridge (aqui), vi a tele-adaptação em 2 capítulos, produzida pela A&E, em 2003.
Pra quem mede a eficiência de filmagens pela “fidelidade” aos eventos do romance, The Mayor of Casterbridge é superfiel. Tá tudo condensado em quase 200 minutos. Hardy arrependeu-se de encher o romance com tantos acontecimentos pra atender à necessidade comercial da serialização em jornal. Essas reviravoltas parecem rápidas demais na minissérie; deixando-nos meio perplexos, mas isso não degrada o poder dramático da triste história do teimoso Michael Henchard.
O elenco está tão bom que me fez até gostar de Elizabeth Jane, que no livro, conseguira apreciar apenas intelectualmente. A esforçada menina, na interpretação de Johdi May, conquistou meu coração. Vídeo complementando letra, legal, não?
As motivações psicológicas sofrem, mas o Henchard de Ciarán Hinds (o Júlio César, de Rome) tem uma cara tão expressiva que transmite quase tudo.
Locações mais do que pertinentes – tem uma escadaria no meio do nada que me enlouqueceu! – e a canção-tema de derreter coração fazem de The Mayor of Casterbridge valer muito a pena.
No You Tube há os 2 capítulos em inglês:
E com legendas em espanhol

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