Roberto Rillo Bíscaro
A Guerra Fria retornará, agora contra a China. A escalada dos gastos militares resultará em recessão inédita no Ocidente. Os militares pesquisam pra desenvolverem androides dizimadores de inimigos amarelos.
A Guerra Fria retornará, agora contra a China. A escalada dos gastos militares resultará em recessão inédita no Ocidente. Os militares pesquisam pra desenvolverem androides dizimadores de inimigos amarelos.
O Reino Unido tem vasto complexo de laboratórios
subterrâneos, onde o Dr. Vincent tenta recuperar cérebros danificados. Seus
superiores almejam resultados bélicos, mas o gênio sonha em descobrir a cura
pra filha, cujo cérebro é danificado.
Este é o background
da ficção-científica britânica The Machine (2014), escrita/dirigida por
Caradog W. James, com inexpressivos recursos financeiros, mas resultado
artístico expressivo, garantindo bom futuro ao galês.
A norte-americana Ava é contratada, mas logo morre por
ser enxerida. Vincent transforma-a numa Máquina. A replicante, porém, começa a
sentir e se importar demais, tornando-se estorvo pro chefão militar, que quer
eliminá-la.
Bebendo muito na fonte de Blade Runner – visual escuro
e trilha sonora a la Vangelis, superanos 80 – The Machine levanta discussões
sobre se a inteligência artificial é vida com o mesmo valor da humana e, se é
ética/segura a criação de robôs. O filme nunca aprofunda tópico algum e o
epílogo recorre a tiroteio típico dessas sci
fi de ação que infestam canais pagos e produtoras de baixo orçamento. Nesse
terço final, onde se optou por mais ação e menos cérebro, percebem-se as
limitações orçamentárias.
Mesmo com falhas, a produção é elegante e a
cinematografia e roteiro prestam homenagens a diversos clássicos do gênero. Os
efeitos especiais – exceto os das cenas de confronto – são convincentes e
criativos.
A ex-bailarina da Lady Gaga, Caity Lotz, tem vozinha
meio não-convincente pruma cyborg potencialmente
assassina e Dennis Lawson – o adorável Mr. Jarndyce, de Bleak House – está
anódino como vilão.
A despeito desses senões,
The Machine tem 2/3 decentes e um diretor no qual é bom ficar ligado.
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