Roberto Rillo Bíscaro
Ian McCullouch disse que o recém-lançado Meteorites é celestial sucessor de clássicos como Crocodiles (1980), Heaven Up Here (1981) e Ocean Rain (1984). A psicodelia lisérgica influente no Echo & the Bunnymen deve ter corroído um bocadinho do cérebro do vocalista/letrista. O álbum é bom, mas longe do pico criativo dos fundamentais ingleses oitentistas.
Ian McCullouch disse que o recém-lançado Meteorites é celestial sucessor de clássicos como Crocodiles (1980), Heaven Up Here (1981) e Ocean Rain (1984). A psicodelia lisérgica influente no Echo & the Bunnymen deve ter corroído um bocadinho do cérebro do vocalista/letrista. O álbum é bom, mas longe do pico criativo dos fundamentais ingleses oitentistas.
Nunca liderando paradas de sucesso o Echo & the
Bunnymen influenciou muita banda e os álbuns da primeira metade daquela década
são marcados por variedade e tensão rítmicas, vocais sentidos e a subestimada
guitarra de Will Sergeant, que, junto com Ian são o que resta da formação
original.
Meteorites é polido à perfeição, com violinos a
mancheia dando ares sinfônicos aos lamentos de McCullouch, que canta
corretamente. Will continua discreto, certeiro e criativo em sua guitarra que
se interessa mais em traçar arabescos do que solar falicamente.
Seria perfeito se não fosse tudo meio igual, desde a
produção aos vocais. Não há o sobe e desce emocional dos álbuns que McCullouch
ambiciona emular, até porque Sergeant e Ian hoje são 50tões.
Constantinople é fantasia orientalizada, onde a
guitarra de Sergeant serpenteia em meio a arranjo encharcado em sobreposições
de ópio. Is This a Breakdown me lembrou Bring On the Dancing Horses, que os
Coelhinhos fizeram pro filme A Garota de Rosa Choque.
Lovers On The Run é a maravilha messiânica de
Meteorites. Dá vontade de subir numa montanha e entoá-la de braços abertos.
Sintomático: a faixa remete à perfeita The Killing Moon, então, basta comparar
a montanha-russa emocional da última com a planície da primeira e comprova-se
porque McCullouch não tem razão ao alinhar seu trabalho mais recente a sua
produção 80’s.
Sem precisar provar mais nada, WillIan – se eles
quisessem atuar com nome moderninho já o teriam pronto! – atingiram a zona de
conforto de quem sabe de seu legado.
Boa música, mas não mais obra-prima.
Boa música, mas não mais obra-prima.
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