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Em 2012, tornei-me fã de Stellan Skarsgård graças a En GanskeSnill Mann (2010; leia minha resenha aqui). Exceto pelos blockbusters - não tenho saco! - venho checando a filmografia do
sueco e ontem vi Aberdeen (2000), coprodução anglo-norueguesa.
Trata-se
dum road movie, onde pai e filha
estranhados aparam arestas ao se conhecerem melhor. Kaisa é focada na carreira
de sucesso e não tem contato com pai ou mãe, que vive na escocesa Aberdeen.
Morrendo de câncer, mami liga pra filhota pedindo que vá a Oslo buscar o pai
pra que possa se despedir. Kaisa reluta, mas aceita buscar o pai alcoólatra. De
porre no portão de embarque, Tom não pode voar, então, Kaisa e ele têm que
fazer o trajeto Oslo-Aberdeen de barco/carro. Usar a forma do road movie permitiu ao roteiro dar o
tempo necessário pras personagens se descobrirem.
Não isento de clichês e forçações de barra – achar um caminhoneiro que
entenda sua situação como se sempre tivesse te conhecido é só mesmo em filme,
né não coração? – Aberdeen apresenta uma relação pai e filha onde nenhum é
santo ou diabo. A dependência química de Tom encontra contraponto na de Kaisa,
que no começo parece assertiva, mas não é. Tom também não é o adulto que
aparenta; ele foge de responsabilidades.
Aberdeen não é memorável e custa pra nos importarmos um pouco com as
personagens, mas as atuações de Stellan e Lena Headey compensam parte da “frieza”
pra quem está acostumado com a emotividade extorquida a fórceps dos filmes de
Hollywood.
Aberdeen se importa mais em constatar um
relacionamento possível do que construir um perfeito e idealizado. Por isso,
merece ser conferido.
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