quinta-feira, 12 de junho de 2014

TELONA QUENTE 89

Em 2012, tornei-me fã de Stellan Skarsgård graças a En GanskeSnill Mann (2010; leia minha resenha aqui). Exceto pelos blockbusters - não tenho saco! - venho checando a filmografia do sueco e ontem vi Aberdeen (2000), coprodução anglo-norueguesa.

Trata-se dum road movie, onde pai e filha estranhados aparam arestas ao se conhecerem melhor. Kaisa é focada na carreira de sucesso e não tem contato com pai ou mãe, que vive na escocesa Aberdeen. Morrendo de câncer, mami liga pra filhota pedindo que vá a Oslo buscar o pai pra que possa se despedir. Kaisa reluta, mas aceita buscar o pai alcoólatra. De porre no portão de embarque, Tom não pode voar, então, Kaisa e ele têm que fazer o trajeto Oslo-Aberdeen de barco/carro. Usar a forma do road movie permitiu ao roteiro dar o tempo necessário pras personagens se descobrirem.

Não isento de clichês e forçações de barra – achar um caminhoneiro que entenda sua situação como se sempre tivesse te conhecido é só mesmo em filme, né não coração? – Aberdeen apresenta uma relação pai e filha onde nenhum é santo ou diabo. A dependência química de Tom encontra contraponto na de Kaisa, que no começo parece assertiva, mas não é. Tom também não é o adulto que aparenta; ele foge de responsabilidades.

Aberdeen não é memorável e custa pra nos importarmos um pouco com as personagens, mas as atuações de Stellan e Lena Headey compensam parte da “frieza” pra quem está acostumado com a emotividade extorquida a fórceps dos filmes de Hollywood.

Aberdeen se importa mais em constatar um relacionamento possível do que construir um perfeito e idealizado. Por isso, merece ser conferido. 

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