domingo, 27 de julho de 2014

A SUPERAÇÃO DE REGINA

Em terra de quem quer viver, ser cego não é obstáculo

 A professora Regina Célia Ribeiro, de 46 anos, é uma assídua frequentadora da biblioteca Louis Braille, localizada no Centro Cultural São Paulo. Aos cinco anos de idade perdeu a visão decorrente do glaucoma, mas nunca desistiu de estudar e aproveitar a vida ao máximo.

Regina é formada em psicologia, pós-graduada em psicanálise e está cursando outra pós-graduação em filosofia. Conseguiu concluir todos estes cursos com ajuda dos materiais da biblioteca, tais como os livros em braille, leitura de voluntários e recentemente, o scanner que reproduz em áudio o texto escrito. “Aqui na biblioteca tenho a maior autonomia, faço tudo sozinha. Trago minhas revistas e fico aqui escutando quase o dia inteiro.”, falou Regina.
Alfabetizada em escola regular, Regina sempre foi a única da turma com deficiência visual, e por esse motivo, sempre precisou batalhar para ter acesso aos textos e conteúdos ministrados nas aulas. “Existem diversos recursos para tornar acessíveis os livros e textos, basta a pessoa querer aprender”, disse sorridente.
Apesar de ser cega, Regina tem uma vida muito ativa e não se incomoda em possuir esta deficiência. Adora sair para shows de música, barzinhos e até em ensaios de escola de samba. “Minha rotina é agitada, tenho a agenda mais ativa que diversos amigos que não possuem deficiência. Claro que tenho minhas adaptações, mas a deficiência não me atrapalha em nada, pelo contrario, me dá outras oportunidades”, fala com alegria.
Regina trabalha como professora readaptada em uma escola pública estadual há 22 anos. Adora seu trabalho, mas seu sonho é montar um consultório de psicologia. “Quero atuar na minha área de formação, sou apaixonada por psicologia. Quero ajudar pessoas com deficiência como eu, já que sempre superei e briguei para ter autonomia”, completa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário