La Roux demorou essa eternidade pra lançar Trouble in
Paradise. Elogiei sem reservas o revivalismo anos 80 do duo britânico, em
resenha que pode ser conferida aqui. O referencial oitentista permanece na
sonoridade, capa do álbum e no cabelão. A diferença é que agora La Roux é
apenas Elly Jackson.
O synth pop continua dando as cartas, como atesta a
viciante Uptight Downtown, que abre o álbum. Kiss and Not Tell e Sexotheque dão
vontade de fazer coreografia com as mãos e sair saltitando; delícias cheias de
barulhinhos e bugigangas oitentistas.
Silent Partner- aparentada a Shock the Monkey, de Peter Gabriel – tem mais de 7 minutos e não pode ser coincidência que duração e
diversos cacoetes sejam os dos tão populares extended mixes de minha década favorita.
Em Let Me Down Gently o ritmo diminui dando lugar a uma
melodia mid tempo acarpetada com
sintetizadores, culminando numa explosão saxofônica, instrumento de sopro símbolo dos 80’s.
O único deslize é Paradise is You, balada sintetizada
bem sem graça. Se alguém me dissesse que sou o paraíso homenageando-me com essa
canção, ficaria desapontado achando ser ironia.
Evocando Prince, Bananarama (argh!) e um caleidoscópio
liquidificado e atualizado de lugares-comuns dos anos 80, Trouble in Paradise
está longe de ser um problema; é solução.
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