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Roberto Rillo Bíscaro
Diane Keaton e Wiest (de In Treatment), Kevin Kline e Richard Jenkins; soa como elenco dos sonhos, por isso vi Darling Companion (2012; lançado em português sob o título Fiel Companheiro), dirigido pelo outrora badalado Lawrence Kasdan e (?) roteirizado (?) por ele e a esposa Meg.
Keaton resgata cachorro abandonado na beira duma
rodovia e o batiza de Freeway. No começo, o marido cirurgião não quer mascote,
mas na cena seguinte aparece levando Freeway pra passear e falando ao celular,
como sempre absorvido em sua carreira e pacientes. O veterinário que tratara do
cão acaba se casando com a filha de Keaton/Kline e as bodas são realizadas na
linda região das Rochosas, perto de Denver. Todo mundo vai, inclusive Freeway, como
damo de honra.
Keaton/Kline e a cunhada Wiest com o namorado embrulhão
Jenkins (só decorei o nome da personagem dele, Russell) ficam pro fim de semana
nas montanhas. Dr. Kline sai pra passear com Freeway por uma trilha florestal,
sempre falando ao celular. O au-au vê um cervo, desabala a correr e se perde.
Segue-se uma hora e meia onde apenas o cão tem sorte por ter sido poupado de
tanta babaquice liberal New Age.
Quem cuida das cabanas é uma lindíssima descendente de
ciganos, que diz ter visões de onde Freeway pode estar e manda os casais e ela
mesma – envolvida com o sobrinho de Kline – pra toda sorte de becos sem saída,
desculpa pra que as personagens falem, falem, falem sem nunca dizerem nada que
valha a pena ou que já não tenha sido dito em um sem número de produções cuja
“mensagem” se propusesse ser o aceite das diferenças e o reconhecimento dos
pontos fracos e fortes das pessoas.
Constrangedor ver atores tão bons desperdiçados.
Personagens mal construídas, cascas sem miolo. E no final, pra seguir a velha
lição de circularizar o roteiro através da ligação da cena final com a inicial,
o bendito cachorro é visto de dentro dum avião em voo!
É tudo tão bobo que nem fiquei com raiva, deu meio que
dó e o questionamento sobre a velhice proposto por Kasdan periga desviar pra
quadrantes não supostos por ele.
Pode ser parcialidade de
fã, mas Richard Jenkins é o único que consegue conceder simpatia e interesse a
seu personagem, o bom camarada Russell.
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