Roberto Rillo Bíscaro
Quando o rock’n’roll
surgiu nos longínquos anos 50, era um fenômeno eminentemente jovem, feito por
eles, destinado a eles e que muitos julgavam passaria rápido como uma
adolescência. Não passou e hoje temos roqueiros já 70tões como Sir Mick Jagger,
capaz de lotar estádios com os Stones.
Tão adolescente era o rock que quando os Beatles
estouraram, já eram contraponto a uma geração de ”velhos”, como o The Shadows,
cujos membros ainda estavam na primeira metade de seus vinte e poucos anos!
O significado do envelhecimento
dos artistas do rock é o tema do competente documentário Forever Young: How
Rock 'n' Roll Grew Up (2010), da BBC. Lembro-me que nos anos 80, quando de minha
adolescência, Bowie, Elton John, Paul McCartney et al já eram “velhos” pra nós.
Gostávamos deles até, mas, claro que não tanto quanto de Smiths, Culture Club,
Duran Duran, que falavam mais nossa língua com sua sonoridade e visuais mais adequados
a nossa faixa etária.
O documentário estabelece relações entre o
amadurecimento dos artistas e do público e o florescimento do formato álbum ou
a ascensão e sucesso do rock progressivo. Também ressalta outra faceta reacionária
do movimento punk, ao voltar ao estágio excludente da galera mais velha,
situação corrigida a partir dos anos 80, quando “os de mais idade” constituíram-se
em nicho de mercado, fato astutamente escancarado por Iggy Pop (acha que ele
ficaria de fora dum documentário?)
Mesmo sendo parte dum nicho com rádios e programas
próprios, nós maduros, temos espaço na mídia musical de hoje dominada por Biebers
e Lovatos cada vez com mais cara de bebês? Isso Forever
Young: How Rock 'n' Roll Grew Up também questiona, em inglês sem legendas,
no You Tube.
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