segunda-feira, 25 de agosto de 2014

CAIXA DE MÚSICA 138

Pequeno roteiro para quem nunca ouviu o som de Johnny Winter
Semanas atrás eu escrevi um texto a respeito da morte do Johnny Winter e de como ele foi um cara absolutamente sensacional em sua carreira – que você pode ler aqui. Também prometi que iria fazer um pequeno guia para aquelas pessoas que jamais tinham ouvido o som do cara, torcendo para que toda sua obra seja descoberta por quem jamais se interessou pela maravilhosa mistura de rock and roll e blues.
Promessa é dívida, né? Pois aqui está. Lembre-se que o critério que sigo neste pequeno roteiro visa introduzir a pessoa que nunca ouviu falar do Johnny Winter ao universo do albino maluco. Esqueça o papo “melhores discos”, “tá faltando o álbum, X, Y ou Z” e outras ‘trolladas’ básicas. Vamos lá...

STILL ALIVE AND WELL (1973)
Se puder, comece por este ótimo álbum, que traz uma série de regravações de canções de outros grupos e artistas. Evidentemente, a personalidade do guitarrista era tão forte que você quase vai acreditar que “Rock Me Baby” (de Big Bill Broonzy), “Silver Train” e “Let It Bleed” (ambas dos Rolling Stones), “Lucille” (de Little Richards) e “From a Buick 6” (de Bob Dylan) foram compostas pelo albino doido. Discaço absurdo!











JOHN DAWSON WINTER III (1974)
John Lennon gostava tanto de Johnny Winter e de seu som que ofereceu a ele a oportunidade de gravar uma canção inédita, “Rock & Roll People”, composta em 1971 e nunca usada pelo ex-Beatle. O guitarrista não só aceitou como botou-a para abrir este sensacional álbum. O modo como ele aborda o blues em “Sweet Papa John”, com várias guitarras sobrepostas em overdubs, parece coisa de extraterrestre – e vai ver que era mesmo! Tem até duas lindas baladas, “Lay Down Your Sorrows” e “Stranger”, mostrando que Winter também era um sujeito sensível na hora de baixar a velocidade.











CAPTURED LIVE! (1976)
Este é um dos melhores discos ao vivo de TODOS os tempos de QUALQUER gênero musical! É sério! Chegar ser inacreditável a carga de adrenalina e testosterona que emana deste álbum. O velho Johnny simplesmente tritura pauladas como “Roll With Me” (de seu antigo parceiro Rick Derringer, outro ótimo guitarrista) e “It’s All Over Now” (de Bobby Womack), despejando uma saraivada atordoante de licks e solos inacreditáveis. O que ele faz na versão de “Highway 61 Revisited”, de Bob Dylan – solando insanamente acompanhado apenas da bateria – é daqueles momentos que deveriam ser eternizados na história da Humanidade.











JOHNNY WINTER AND (1970)
Não é por acaso que encerro este pequeno guia para “novatos em Johnny Winter” com este disco arrebatador. Não apenas porque traz o início da parceria com Derringer, ex-The McCoys - lembra da clássica “Hang on Sloopy”? É dele -, eternizada aqui por um verdadeiro hino, “Rock and Roll, Hoochie Koo”, mas porque marca muito bem a entrada do albino em um universo mais rocker, sem abandonar sua predileção pelo blues dos álbuns anteriores. Outra discaço!










Bem, agora que você foi apresentado pela primeira vez ao universo de Johnny Winter, sugiro que você ouça o restante dos álbuns seguindo uma ordem cronológica. Inicie pela rusticidade maravilhosa dos três primeiros discos – Second Winter, The Progressive Blues Experiment e Johnny Winter (todos lançados em 1969) – e siga em frente com outras duas pauladas ao vivo, Live (1971) e Together (de 1976, gravado ao lado do irmão Edgar, também albino). Depois, ouça os excelentes Saints & Sinners (1974) e Nothin’ But the Blues (1977), e então vá até o final de sua discografia.
Pode apostar: você vai me agradecer por isto.
https://br.noticias.yahoo.com/blogs/mira-regis/pequeno-roteiro-para-quem-nunca-ouviu-o-som-180121167.html

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