quinta-feira, 11 de setembro de 2014

ZOOFILIA COM LONTRA

Lontra albina completa um ano morando em parque de João Pessoa

Data foi celebrada com um bolo feito a base de carnes para a lontra.
Animal chegou na Bica com dois meses por estar em situação de risco.

Lontra albina comemorou um ano na Bica com bolo de carnes (Foto: Fabiana Zermiani/Bica)Lontra albina comemorou um ano na Bica com bolo de carnes (Foto: Fabiana Zermiani/Bica)

A lontra albina do Parque Zoobotânico Arruda Câmara, a Bica, em João Pessoa, comemora nesta quarta-feira (10) um ano que está morando na nova casa. A data foi celebrada com um bolo feito a base de carnes, uma mistura de frango e peixes.
 O animal foi encaminhado pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama/PB) à Bica porque estava em situação de risco. O animal, que é um macho, chegou ao parque com aproximadamente dois meses de idade.

Lontras albinas são raras (Foto: Fabiana Zermiani/Bica)Lontras albinas são raras, segundo a Bica
(Foto: Fabiana Zermiani/Bica)
Ele estava na fase de amamentação e passou a ser alimentado com dieta adequada às necessidades da espécie e acompanhada pelos técnicos do Zoológico, segundo informações da Bica. Os maiores cuidados ficaram com o Setor de Neonatologia. Por se tratar de um filhote, os técnicos tiveram cuidado redobrado também com a higienização.
 Hoje, a lontra albina se alimenta sozinha, com uma dieta balanceada, pesada diariamente, na qual são oferecidos, tanto peixe vivo como abatido, carne bovina, fígado, coração e frango, além da suplementação com vitaminas. As presas vivas, no caso de peixes e esporadicamente, caranguejos, são utilizados para estimular o nado e para não perder o comportamento natural, que é a caça.
 A lontra albina, condição caracterizada pela falta de melanina no corpo, é rara pois esses animais geralmente têm coloração marrom a parda. A que mora na Bica tem a pelagem bastante clara e olhos avermelhados. Só se tem conhecimento do registro de um caso de albinismo em lontras - na Escócia - de acordo com a Bica.
 A bióloga do Parque, Fabiana Zermiani, explica que a condição de albinismo dificulta a camuflagem na natureza e torna o animal vulnerável aos predadores e que o fato dele ter chegado ainda filhote na Bica, fez com que precisasse de cuidados especiais dos técnicos. "Ele foi encontrado por um pescador, estava sozinho, perdido da mãe, e como ainda era filhote em fase de amamentação, não poderia ser deixado lá, pois se tornaria presa fácil ou alguém poderia capturá-lo. Então a Polícia Ambiental foi solicitada e o trouxe pra cá", explicou a bióloga.
 O animal é da espécie Lontra longicaudis, uma das menos conhecidas no mundo. Ele está ameaçado de extinção em alguns estados como Paraná, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul, principalmente pela redução da mata ciliar, degradação do seu habitat e a procura por sua pele.

Recinto
O recinto onde vive o exemplar foi pensado, inicialmente, para um primata, por isso foram necessárias algumas alterações para ficar o mais próximo do que seria o habitat natural de uma lontra. Foram criadas elevações para correr e se exercitar, toca para se esconder e dormir. Além disso o tanque com água foi aumentado, ficando mais profundo. No tanque sempre são colocados troncos e brinquedos para ele não ficar ocioso. Por ser um animal que passa boa parte do tempo nadando, existe em andamento o projeto da construção de um recinto feito especialmente para ele, com uma área maior de água.

http://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2014/09/lontra-albina-completa-um-ano-morando-em-parque-de-joao-pessoa.html

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