Roberto Rillo Bíscaro
O Erasure foi parte da geração synth-pop da segunda metade dos anos 80. Andy Bell e Vince Clark cravaram diversos sucessos; 30tões em diante se recordam de Oh L’Amour, Give a Little Respect e Blue Savannah.
O Erasure foi parte da geração synth-pop da segunda metade dos anos 80. Andy Bell e Vince Clark cravaram diversos sucessos; 30tões em diante se recordam de Oh L’Amour, Give a Little Respect e Blue Savannah.
Apreciador mais de singles da dupla do que de álbuns,
não prestei atenção ao trabalho dos ingleses depois que parei de ouvir rádio e
eles deixaram de ser executados. Sabia que estavam em atividade e lançavam
álbuns, mas só voltei a escutá-los agora, com o recém-lançamento de The Violet
Flame.
Os concisos 38 minutos dentro dos quais se distribuem
10 canções provam 2 coisas já na primeira audição:
a1) A
idade apurou os vocais de Andy Bell, antes propensos à cabritice;
b2) O
tecladista Vince Clark não tem mais necessidade ou criatividade de/pra ser
bombástico. Numa lista de riffs de
teclado mais marcantes dos anos 80, ele facilmente paparia 2 entradas devido
aos divinos sintetizadores de Don’t Go e Situation, de sua fase Yazoo. Agora,
ainda há momentos gostosos, mas integrados à estrutura das canções, bastante
parecida uma das outras, aliás.
The Violet Flame é predominantemente dançável, mas sem
o nervosismo e a zuação electro da
atualidade; é synth pop tradicional
safra virada dos 80’s pros 90’s. Mas, como as tias não vivem numa bolha de plástico,
há respingos de contemporaneidade, como as frações de segundo quando os
teclados assumem som de videogame vintage,
lembrando a dupla canadense Crystal Castles, em Promises.
O álbum jamais será acusado de original; todos os
ritmos e sonoridades já foram ouvidos e testados/dançados por nós mais antigos,
mas isso não significa falha em despertar interesse. The Violet Flame é muito
agradável, exceto pela lentosa Smoke and Mirrors que pretende ser sombria, mas
tem produção leve demais pra tal. O Erasure acertou em continuar sendo mais
dançante, forte do duo.
Confortável como um sapato
velho, The Violet Flame não tocará em rádios (pena, a grudenta Dead of Night
merecia exposição) nem atrairá novos fãs. Manterá a chama dos admiradores
antigos que terão material novo pra curtir nas turnês de Bell e Clark
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