Roberto Rillo Bíscaro
Não lembrava direito do Capitão Marvel (por que tantos super-heróis são capitães? Capitão Caverna, Capitão Eco, Capitão América), mas na metade do capítulo inicial de The Adventures of Captain Marvel (1941) saquei: era aquele que grita Shazan pra se transformar. Quando menino, a Band ou a Record exibia uma produção bem mequetrefe, mas eu me recordava mais da Poderosa Isis, que passava em dobradinha.
Não lembrava direito do Capitão Marvel (por que tantos super-heróis são capitães? Capitão Caverna, Capitão Eco, Capitão América), mas na metade do capítulo inicial de The Adventures of Captain Marvel (1941) saquei: era aquele que grita Shazan pra se transformar. Quando menino, a Band ou a Record exibia uma produção bem mequetrefe, mas eu me recordava mais da Poderosa Isis, que passava em dobradinha.
Assim que atinei quem era o super-herói, entreguei-me
aos 12 divertidos capítulos do serial.
Interessados em conhecer melhor esse gênero muito popular a partir da segunda
metade dos anos 30 até meados dos 50’s, clique aqui, aqui e aqui, pra ler
resenhas minhas a respeito.
Em uma expedição ao Sião (Tailândia), cientistas
descobrem um escorpião mecânico, composto por metal e lentes; estas, quando
corretamente alinhadas, confeririam poderes espantosos á engenhoca. Os
integrantes dividem as lentes entre eles pra evitar que alguma mente maligna se
apodere do aracnídeo. Mas, um dos membros da expedição é o malévolo e
onipresente Scorpion, que já no local tenta eliminar seus colegas pra roubar o
escorpião. Nesse momento de perigo inicial, o franzino e voz-de-buzina Billy
Batson recebe a visita dum gênio que lhe ensina a palavra mágica Shazan.
Pronunciada, ela transformará o baixote no Capitão Marvel, cuja missão é
proteger a engenhoca.
A sandice dum escorpião mecânico produzido há milhares
de anos é só o começo duma série de disparates deliciosos. Captain Marvel é
produto da mitologia oriental, afinal, estamos no sudeste asiático. Todavia,
além do nome em inglês, suas características – apresentadas ao público no
episódio 1 – foram extraídas de deuses e semideuses greco-romanos.
Mas, quem liga pra coerência num serial tão bem feito como The Adventures of Captain Marvel? A gente
quer correria e boas ideias pra cliffhangers,
coisas que os 12 capítulos oferecem com fartura e destreza. Rochas derretendo
(essa cena é reciclada ou seria reciclada, porque já vi serial com ela), metralhadoras disparando automaticamente, navios
afundando, carros desgovernados em autopistas/garagens; há muita ação nesse
produto que atenta meticulosamente à forma do serial, constituindo-se talvez no mais indicado pra quem queira
conhecer apenas um exemplar do gênero.
Como super-herói, o Capitão Marvel é tão menos
interessante que o Super-Homem! À parte, sua incapacidade de enxergar através
do chumbo e sua vulnerabilidade à kriptonita, o alter-ego de Clark Kent resolve
tudo com muito mais facilidade. Captain Marvel faz careta quando faz força e
até cai com choque de alta-voltagem, enfim, é o Superman dos pobres, mas o que
vale é o serial muito bem produzido.
Não vi no You Tube, mas parece que está na íntegra, em
inglês.
Para a alegria de pessoas mais curiosas, as distribuidoras têm finalmente enchergado o potencial de mercado e lançados alguns desses seriados de cinema no Brasil. Além desse do Capitão Marvel, ainda consegui adquirir as primeiras séries do Superman e do Batman & Robin; essa última, de produção bem mais precária e, por isso mesmo, deliciosamente trash.
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