Roberto Rillo Bíscaro
Desde o ano passado o guitarrista Jimmy Page vem lançando
edições de luxo dos álbuns de sua banda, o influente Led Zeppelin, que definiu
o som metal dos anos 70 e segue influenciando gerações. Tais relançamentos
consistem nos originais remasterizados e CD-extra com versões alternativas de
cada canção do álbum, além de livreto ricamente ilustrado.
Evitei todas as reedições, porque o material garimpado é
indicado apenas pra fãs doentes. Mas, o lançamento da Deluxe Edition do 4º
disco do Led Zeppelin ensejou que eu abrisse exceção, afinal é o que contém
Stairway to Heaven, meu! Na parte pesada da canção dá vontade de deixar o
cabelo crescer, desabotoar a camisa, pegar um microfone e ficar girando o
pedestal e uivar machamente como Robert Plant.
Lançado em 1971, Led Zeppelin IV é clássico inconteste,
misturando peso com folclore acústico; blues com folk inglês. Hard rock bluesificado como em Black Dog; rock
anos 50 metalizado como em Rock and Roll; bucolismo como em The Battle of
Evermore e Going to California. Resumindo o álbum, os brilhantes 8
minutos de Stairway to Heaven, que começa folk pra enfurecer em enxurrada de
gritaria guitarrada.
Já no meio do CD de faixas-extras, percebi a futilidade da
exceção. As alardeadas mixagens distintas dificilmente serão percebidas por nós
que não temos ouvidos treinados. Ao mesmo tempo, o costume com as versões
“oficiais” dá a sensação de “algo errado” com elas, muito estranho. De
diferente mesmo, só The Battle... e Going... em versões instrumentais. Não
falei que era só pra fã roxo?
Em 2012, o Led foi homenageado nos EUA e você pode ver no
You Tube um cover chapante de Stairway... cantado pela Ann Wilson, do Heart,
acompanhada de coral; um arraso que arrepiou os próprios remanescentes do Zep.
Não seria mais legal organizar um CD com releituras de alto nível dessa banda
tão importante?
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