Roberto Rillo Bíscaro
Das bandas de rock progressivo, o Pink Floyd é
seguramente a mais icônica, porque transpôs a barreira do sub-gênero em termos
de apreciação pública. Há quem diga não gostar de prog, mas ama PF
desconhecendo que pertencem à tradição progressiva britânica.
The Division Bell (1994) parecia ter encerrado a
carreira do grupo, ainda mais com a morte do tecladista Richard Wright. Mas, há
alguns meses estourou a bomba que David Gilmour (guitarra) e Nick Mason
(bateria) estavam selecionando material descartado das sessões de The Division
Bell pra lançar o que seria o canto do cisne floydiano. Não me animei, porque o
trabalho noventista é muito aquém do
passado vitorioso da banda.
Há uns 10 dias saiu The Endless River. É melhor do que
supunha, mas está anos-luz de sequer arranhar a glória dum Dark Side of theMoon (1973), por exemplo.
Prioritariamente instrumental The Endless River remete
em vários momentos à boa qualidade dos trabalhos setentistas, quando Roger
Waters ainda era membro. Mas esses momentos se diluem entre tantos outros menos
inspirados, quando o álbum soa como música-ambiente, meio amorfa.
A guitarra de Gilmour, sempre em tons agudos de
plangência aeroespacial – exceto na faixa Nervana, constante da overdosagem da Deluxe
Edition – agrada no início, mas depois vai enjoando.
A única canção com letra é a melancólica Louder Than
Words, que sintomaticamente tem tudo a ver com o Pink Floyd de 4 décadas.
Tomara que The Endless
River seja realmente o derradeiro álbum deles. Consegue olhar para
e incorporar elementos do que o grupo teve de melhor, mas não é bom.
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