Roberto Rillo Bíscaro
Formado no ocaso dos 70’s na Escócia, o Simple Minds
produziu discografia com sonoridade que vai desde art rock até coisas bombásticas a la U2. Grosso modo, o grupo
oscilou entre ênfase nos teclados ou na guitarra, dependendo do álbum. Graças à
recusa de Bryan Ferry em gravar a canção, a banda teve seu maior sucesso em
1985, com Don’t You Forget About Me, um dos símbolos da década.
Sei que lançam álbuns ocasionalmente, mas desde o
início dos 90’s não me interessava por eles. Descobrindo que estão com trabalho
novo me deu na telha de escutar e constatei que finalmente alcançaram
equilíbrio no uso de guitarras e sintetizadores, distribuídos parcimoniosamente
entre as 12 faixas componentes de Big Music.
Jim Kerr e Cia não deixaram de ser bombásticos, mas dá
pra perceber que a sonoridade oitentista veio temperada com discretas, porém
eficientes, doses de contemporaneidade dance.
Com canções agitadas, Big Music elabora a síntese
perfeita entre os elementos citados na musculosa abertura, Blindfolded, que
começa com elementos de house
noventista, mas logo se desenvolve em típica explosão oitentista dançante com
guitarra cristalinamente gelada secundada por suntuoso tapete de teclados. Pra
dançar com lágrimas de saudade da década de 80 em alguma boate retrô. Midnight
Walking, Concrete and Cherry Blossom (tô louco ou tem cheirinho de Don’t
You....?) e Imagination palmilham a mesma seara.
Broken Glass Park e Blood Diamonds são menos agitadas,
mas têm aquela sonoridade tecladística tão geladinha que nós oitentistas tanto
amamos. Big Music tem guitarras mais sujas e é pesadinha enquanto Human desperta
vontade de levantar a mão e cantar junto no refrão.
Num ano que viu expoentes
80’s como Erasure e Information Society reaparecerem com bons álbuns, o Simple
Minds engrossa a lista com Big Music.
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