Sites
e publicações especializadas em ficção-cientifica listam a série canadense The Starlost
como uma das piores da História. 16 episódios foram ao ar em 1973 (passou no
Brasil com o título A Estrela Perdida; eu nem fazia ideia) e resolvi vê-los;
meio duro às vezes, mas consegui.
A iminente destruição da Terra enseja a construção da
Earthship Ark, com milhas de cumprimento e diâmetro, onde 3 milhões de humanos
são colocados em níveis diferentes, sem comunicação a fim de preservarem suas
características - nos 70’s o multiculturalismo não estava na moda. Cada
biosfera é arremedo de coisas terráqueas como, Velho Oeste, medievo etc.
Engraçado supor que em 2200 e cacetada alguém criaria ambientes com coisas já
historicamente obsoletas nos anos 1970.
800 anos depois, cada biosfera levava sua vida sem
desconfiar da existência dos outros e sequer saber que estava em uma nave à
deriva. Um desvio na rota levava a Arca de Noé sideral em direção a uma
estrela. Quando um dos tripulantes descobre a verdade, ele e mais 2 tentam alertar
os demais passageiros sobre o perigo.
Com uma premissa tão interessante, porque prenhe de
possibilidades, a gente até suspenderia a descrença pra muitas coisas tipo, o
que eles comem enquanto vagueiam pela arca, onde conseguem roupas e mais.
Mas, The Starlost foi
implodida por severa escassez de dinheiro, que implicou em (d)efeitos especiais
quase inexistentes, cenários que não disfarçam o papelão e até mesmo economia
na contratação de atores. Em cada nova biosfera, apenas um ou 2 personagens. Isso
torna o show quase puramente
dialogado ou composto de ações narradas, devido a impossibilidade econômica/de
pessoal para exibição.
Quase todos episódios têm premissas sci fi superinteressantes, ainda que em
alguns casos a trama esqueça que o trio procura ajuda pra corrigir o rumo da
Arca ou se contradiga em relação ao desconhecimento que uma biosfera deveria
possuir das outras.
Encabeçando o elenco está Keir Dullea, o astronauta
David Bowman, de 2001: Uma Odisseia Espacial, clássico sessentista de Stanley
Kubrick. No quesito participações especiais, detectei John Colicos, o Baltar de
Battlestar Galactica, Lloyd Buchner (Dynasty, Golden Girls, BattlestarGalactica), onipresente nos 70’s e 80’s; e Barry Morse, o Dr. Bergman de Space
1999 (outra falha de audiência, que um dia resenharei). As atuações nem sempre
são excitantes ou comandam elogios.
A não ser que você
a) tenha
muita paciência pra diálogos e lentidão/encheção de linguiça
b) goste
de se gabar entre os conhecidos de haver garimpado raridades
c)
seja completista viciado em séries sci fi
d) ame
programas de TV de orçamento reduzido
sugiro distância. Como me encaixo em 3 das categorias
acima...
Não vi via You Tube, mas os
leitores percebem que há episódios legendados. Aos interessados, bom garimpo.
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