quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

TELONA QUENTE 106



Roberto Rillo Bíscaro

Em 1936, a Universal fez muito sucesso – e entrou pra História – com o serial Flash Gordon. A Republic não ficou atrás e no mesmo ano lançou Undersea Kingdon, que ofereceu aos cine-espectadores muita ação, efeitos especiais, chapéus e figurino bizarros, muito corpo masculino musculoso com pouca roupa, inverossimilhança a granel e muita, mas muita diversão mesmo!
Terremotos levam o Professor Norton a descobrir que Atlântida não perecera, mas afundara e continuava seca no fundo do oceano. Como a submersão do antigo continente fora gradual, seus habitantes tiveram tempo de cercá-lo com uma redoma. Só não perguntem como havia dia, noite e nuvens na escuridão eterna do abissal fundo do mar. Claro que assim, a produção ficou muito mais fácil...
No super-submarino do cientista, um grupo liderado pelo maromba Crash Corrigan (Flash Gordon!) desce ao reino submarino e descobre que o tirano Unga Khan (orientalizado como o Ming, de Flash) planeja conquistar ou destruir o mundo da superfície. Uma disputa acontecia entre o imperador malvado e o bonzinho (não fica claro, mas se o roteiro diz, acredito) chefe da igreja atlanticana. Crash fica do lado do Bem e começa uma sucessão de 12 capítulos de lutas (mal feitas de doer e rir) e correria.
Unga Khann tem raio destruidor, robôs, televisão (como Ming), avião, torre de energia capaz de emergir, mas seus soldados lutam a cavalo e com espadas e andam de biga. Os cliffhangers são mais “desonestos  “ do que os da década de 40 nos serials comentados aqui e aqui. Em Undersea Kingdon a ação descaradamente é alterada feio no começo do novo capítulo, pra livrar nosso herói do perigo.
O serial ainda tem criança empunhando arma (aliás, o menino agarra Crash Corrigan muito mais do que a namorada do herói!), toques marciais iguais ao do exército norte-americano, atuações exageradas e um par cômico sem graça e sem qualquer sentido na trama (aparecem pouco, não se preocupem).

Como deixar de ver? Os contemporâneos de nossos avós tinham que ir ao cine; tudo que temos a fazer é procurar no You Tube, tá completo lá, sem legendas. 

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