Roberto Rillo Bíscaro
Dediquei mais tempo do que o usual a super-heróis este ano. Vi séries do Batman e Super-Homem, os desenhos dos Superamigos e agora os 2 serials do Homem de Aço. Tudo vintage. Filmes/séries atuais continuam não me interessando.
Dediquei mais tempo do que o usual a super-heróis este ano. Vi séries do Batman e Super-Homem, os desenhos dos Superamigos e agora os 2 serials do Homem de Aço. Tudo vintage. Filmes/séries atuais continuam não me interessando.
A estreia do Superman nas telonas foi em 1948, num
serial homônimo de 15 capítulos. Imagine o auê causado pela “materialização” do
super-herói dos quadrinhos nas telonas de cinema todo sábado à tarde. Sucesso comercial
que trouxe muito lucro à sovina Republic, produtora da série com orçamento de
fundo de quintal. Recursos e tempo eram tão limitados que aterrissando de mau jeito
o ator tem a capa enrolada na cabeça. Ao invés de nova gravação, ele tira-a da
cachola e segue a cena. Ri alto.
Essa primeira aparição em movimento do alter-ego de
Clark Kent conta sua chegada a Metropolis e a luta contra a vilã Spider Lady,
que pouco faz a não ser falar “gelado”
Além de usar o infame
bordão “Up, up and away”, que tanto detestava nos Superamigos, Superman não decola,
porque é muito moroso, quase nada acontece, é quase puro lengalenga por falta
de verba.
Compensa muito mais ver Atom Man Vs. Superman, 15 capítulos
também em preto e branco, produzidos em 1950. Desta feita, o herói encontra-se
às voltas com o arquirrival careca Lex Luthor.
No serial de estreia Superman só ficava
atrás dum tal Raio Redutor, que quase nunca vimos funcionar; em Atom Man Vs. Superman,
Luthor inventa e usa uma porção de armas, uma delas capaz de desintegrar e
mandar os átomos vagar no espaço sideral ou dum lugar a outro em Metropolis e
adjacências. Porque ele não usa tão poderoso invento pra teletransportar
asseclas pra gabinetes estratégicos e dominar o universo, não fica claro.
Também não entendemos porque do ataque de amor à coragem e justiça que faz
Luthor dar uma chance a Lois Lane de trazer seu megadesafeto Super-Homem de
volta do limbo. Vilão com consciência ética? Muito político devia ver isso!
Recomendo demais ver
Superman parar e esperar que descarreguem revólveres em tiros que ricocheteiam em
seu peito sorridente; ver Atom Man – que sabemos quem é desde o início, por que
tanto “mistério”? – usar um cesto de papeis turbinado como máscara; constatar
que a Força Aérea tem uma área de testes pra bombardeio bem nos arredores de
Metropolis, cujo acesso é público e tem apenas pequena tabuleta avisando do
perigo.
Como produções tão pão duras satisfariam a necessidade
de efeitos especiais de voo e peripécias superpoderosas do protagonista
kriptônico? Simples, na hora H usa-se animação! O Superman voando é
desenho animado superposto em filmagem. Outro motivo pra ver esses shows cujos
títulos de capítulos já revelam a conclusão: Superman Saves the Universe. Oras,
todo mundo sabe que ele vence no fim; o
importante é ver como e não o quê acontecia.
Noel Neill é Miss Lane, em papel que reprisaria a
partir da segunda temporada da série televisiva dos anos 1950. Gosto dela,
embora não muito da repórter, que por vezes é antiética em sua sede por furos
de reportagem. Numa primeira olhada, Lois é independente, mas a
teimosia sempre a expõe ao perigo pra ter que ser salva pelo Super-Homem. Punição
pela tentativa de liberação feminina? Uma coisa parece cancelar a outra, ou
seja, ela acaba sendo tão dependente e “tola” quanto qualquer mulher.
Kirk Alyn não tirou o cetro
de George Reeves como meu Super-Homem preferido. A simpatia do trágico Reeves é
imbatível e meu Superman imaginário tem mais esse jeitão mesmo de ianque
risonho, bonachão, bom moço, como o cinquentista. O de Alyn é mais apagadão.
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