Mãe sofre discriminação por ter uma filha albina
A VIDA da Sónia Ernesto, 22 anos de idade, residente no bairro Bembe, nos subúrbios da cidade da Maxixe, é de total desespero por ter sido rejeitada pelos pais das suas duas filhas. É desempregada, uma situação que piora cada vez mais o quotidiano desta mãe que se mostra parco em ideias para enfrentar e transpor os obstáculos que a vida lhe coloca no seu dia-a-dia.
A triste novela que retrata a vida de uma jovem mãe descriminada começa quando Pinto Elias Ponguana, professor afecto neste momento num dos estabelecimentos de ensino público no distrito da Massinga, se recusa a assumir a paternidade da primeira gestação da Sónia, ao ponto de pedir transferência de Maueua, na cidade da Maxixe onde leccionava antes de tomar conhecimento da gravidez da sua parceira.
O futuro que Sónia sonhava transformou-se num pesadelo quando deu à luz pela segunda vez, uma linda menina com problemas da pigmentação da pele, portanto uma albina.
Entretanto, diferente do primeiro caso, no qual o pai não só negou ser dono da primeira primogénita da Sónia, como também transferiu de Bembe para Massinga para fugir das despesas e incómodos da sua namorada, no segundo caso a jovem mãe enfrenta uma discriminação por parte da sua madrasta, assim como os seus sogros a mandaram embora por causa da cor da pele da sua filha.
“A minha sogra mandou-me embora da casa do filho dela dizendo que na sua família ninguém tem uma filha albina e por causa disso eu tinha que indicar o verdadeiro pai da menina e não era do seu filho, porque isso é um insulto”, conta Sónia.
Recusada em casa do pai da sua segunda filha, Sónia quando procura amparo junto do seu pai, um agente de segurança privado no Instituto Nacional de Segurança Social (INAS), na Maxixe, encontra um comportamento de repulsa por parte da sua madrasta.
“A minha vida só Deus é que sabe. Os meus pais estão separados, a minha mãe é doméstica e vive no bairro Bagamoyo, em Maputo, e eu vivo com meu pai em Bembe. Entretanto, a minha madrasta tornou-se hostil para com o meu pai desde que tive a filha albina. Ela sempre instiga o meu pai para me mandar embora da casa, mas graças a Deus ele nunca aceitou isso e até certo ponto, sinto pena do meu pai, porque corre o risco de perder a sua esposa em defesa da sua neta albina”, desabafou Sónia Ernesto vertendo lágrimas.
Num outro desenvolvimento, Sónia, que deixou de frequentar a escola com apenas 10ª classe, explicou que contra a vontade da sua esposa, o pai faz das tripas o coração, não só fazendo ouvidos de mercador perante as lamúrias da sua madrasta, como também tudo faz para manter saudável a sua neta que pela sua cor precisa de cuidados adicionais, não obstante ter que conciliar vezes sem conta as desavenças da filha e da esposa no mesmo tecto.
“Eu pedi ao meu pai para sair de casa porque a minha madrasta chega a colocar um desafio naquela casa, dizendo ou ela ou eu, uma deve sair. Mas o papá prefere viver comigo e continua a sustentar a minha filha. No mínimo, gasta por mês cerca de cinco mil meticais em pomadas, porque esta menina para continuar lindinha como está, precisa de muitos cuidados e o meu pai coitado faz isso”, lamentou a Sónia chorando.
Para cuidar das suas duas filhas, das quais uma, a mais velha vive com sua mãe na cidade de Maputo, todos os dias a Sónia vai à rua em busca de algo que lhe possa dar rendimento para sustentar as suas duas meninas. Foi na sequência da procura de trabalho que a jovem mãe, frequentou há dias, na cidade de Inhambane, um curso de empreendedorismo organizado pela Gender Links para as mulheres vítimas de violência na base do sexo.
Roberto, falando em preconceito, dê uma olhada na matéria a seguir. Um absurdo! abraço, (Shigueo)
ResponderExcluirhttp://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2014/12/27/cacados-como-animais-na-tanzania-pessoas-com-albinismo-vivem-sob-ameaca-constante.htm