Formada em 1987, a banda norte-americana Smashing Pumpkins
nunca teve destaque no meu radar, embora esteja a par dos projetos ambiciosos
de Billy Corgan; é álbum conceitual dentro de álbum, faixas lançadas a
conta-gotas na internet e por aí afora. Também sei que – como Robert Smith faz
com o The Cure – Corgan controla tudo com punhos de ferro, sendo o único
Abóbora com poder.
Como acho sua voz um tanto enjoativa às vezes, evito, mas
quando Monuments to an Elegy saiu dia 9 de dezembro, ouvi, esperançoso de
resultar em pauta pra Caixa de Música. Deu certo.
Decepcionou-se quem esperava uma obra-prima
conceitual-progressiva-messiânica-densa. Monuments to an Elegy é conciso,
direto e simples em seus 33 minutos. 9 faixas homogeneamente boas, fazendo do
disco um produto bem consistente.
Anaise! tem pegada de disco
music; ainda bem que alguns roqueiros finalmente superaram o feudo
quadridecenal com o subgênero dançante. Run2me tem jeitão oitentista, na qual a
bateria de Tommy Lee (do Mötley Crüe) soa como se estivesse numa canção de Phil
Collins. Dorian é synth pop anos 80.
O grande filão do álbum, porém, é rock alternativo com
sonoridade predominantemente noventista, com fios graves de guitarras
trançadas. Mesmo que teclados gelados oitentistas se intrometam em Monuments e
Tiberius, a sonoridade remete à década retrasada.
A decantada megalomania de Billy Corgan
apresentou-se apenas no título, Composto por canções decentes, o álbum está
muito aquém de conter monumentos para elegias.
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