segunda-feira, 30 de março de 2015

CAIXA DE MÚSICA 163

Roberto Rillo Bíscaro

Mayer Hawthorne é produtor, arranjador, DJ, cantor e compositor em cujas veias corre o pop da Motown, de Daryl Hall, da disco music. Desde 2009 lançando álbuns e concorrendo a Grammys, não precisa ser perito pra sacar suas influências. Ouçam isso e me digam se Holland-Dozier-Holland não ficariam orgulhosos, a não ser talvez pelo “shitty fucking atitude”...

Jake One é mais envolvido com rap e hip hop e merece atenção especial das pessoas com albinismo porque seu álbum de estreia White Van Music (2008) gerou o single The Truth, petardo old school com o rapper albino Brother Ali

Esses 2 branquelos norte-americanos se juntaram no duo Tuxedo e lançaram álbum homônimo na primeira semana doe março. Sem qualquer traço de rap/hip hop, o trabalho é puro eletrofunk de início dos anos 80.
Jamais poder-se-á acusar o Tuxedo de original, mas também não deixam a festa retrô desanimar. As 12 faixas pulsam com milhares de beats acompanhados de palmas e todos os truques e barulhinhos de quando Klymaxx, Shalamar, Earth, Wind and Fire e Kool & The Gang abundavam nas rádios.
R U Ready, I Got U e Get U Home batem os pés em continência ao gênio de Minneapolis até mesmo na ortografia. Quero ver um oitentista ficar imune ao baixo gordo e a guitarra funkeada a la Evelyn Champagne King de Number One.
Tuxedo não contém baladas, o mais lento que se chega é o mid-tempo deslizante de Two Wrongs (e dá-lhe mais palmas, dessa vez mais devagar) ou o sincopado instrumental de Tuxedo Groove.
Não há faixa ruim, mas o forte de Tuxedo é nas em(baladeiras) de festas. Como resistir ao nananana de The Right Time ou à jam de Watch The Dance?
Junto com o também revivalista Chromeo (resenha aqui), Tuxedo anima qualquer qualquer hora, celebrando a diversão, independentemente de o ouvinte ser oitentista. Basta amar um agito e uma boa vibe negra.

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