quinta-feira, 5 de março de 2015

TELONA QUENTE 115

Roberto Rillo Bíscaro

Dobradinhas têm feito sucesso, então vamos a mais uma. Desta vez, o país dobrado é a terra do Obama. Vi 2 produções do ano passado, interessantes embora pequem pela duração excessiva.
Livrai-nos do Mal é cruzamento de filme policial com terror de exorcismo. Em nenhum dos gêneros a película apresenta algo original, mas distrai e pode até impressionar os menos experientes. Desde O Exorcista (1974) temos visto tanto demo baixando e sendo expulso, que sabemos de cor o texto em latim.
O diabo vem do Iraque (pobres EUA; sempre lutando contra os Impérios do Mal!) e começa a possuir pessoas em Nova Iorque, exageradamente descrita como constantemente chuvosa e infestada de crimes hediondos, quer dizer, o Bronx - o capeta aprecia possuir gente pobre; assim conquistará o mundo mais facilmente! Afinal, pra que possuir a Angela Merkel né? Ela não apita nada mesmo, melhor ir prum conjunto habitacional...
Baseado em fatos, Livrai-nos do Mal mostra como um detetive a princípio descrente, alia-se a um padre moderninho pra combater a possessão. A maioria dos sustos se dá devido a efeitos sonoros altos acoplados a imagens de surpresa e as personagens são estereótipos. E que história é essa de associar o tinhoso à música do The Doors?
Sintam-se alertados e boa diversão pra quem decidir assistir.

Garota Exemplar é mais uma história misógina, que daria excelente minissérie pra tapar buraquinhos deixados no roteiro e explicar melhor algumas situações; e olha que a película tem quase 2:30 horas!
No dia que um casal de classe média completa 5 anos de união, a esposa desaparece e inicia-se uma trama que se tivesse tido tempo de ser desenvolvida em seus múltiplos detalhes e desdobramentos daria recordes de audiência à HBO.
Interessou-me muito mais a parte de comentário social sobre manipulação da opinião pública e a (des)construção daqueles casais celeb que na frente das câmeras têm vida de comercial de margarina, mas, será que a roupa suja por trás das câmeras é fétida como a do casal de Gone Girl? Ou mesmo do casal anônimo; o cara legal e feliz que vemos na festa de confraternização tem o mesmo caráter que o marido, quando as portas de casa se fecham?
Rosamund Pike está praticamente perfeita como a Amazing Amy e Ben Afleck cumpre a contento o papel. O resto das personagens são figuras de papelão, daí minha insistência em minisserializar essa história.
Garota Exemplar vale pela protagonista lôka, psicopata, sociopata, passada.

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