Roberto Rillo Bíscaro
Dobradinha pra comentar 2 primeiras temporadas de
policiais norte-americanos, ambas com 10 episódios e mornas. A primeira foi
cancelada e a segunda talvez eu mesmo me incumba de fazê-lo.
Gracepoint (2014) é a versão da Fox pra britânica Broadchurch.
Os ianques contrataram o mesmo roteirista, ator principal, mantiveram o tom
religioso do nome da cidade/série, conservaram boa parte da trama, mas não me
cativaram (e nem seus conterrâneos). Faltou a frieza algo lúgubre da locação
inglesa, que dá ao contraste de cores de seu primeiro capítulo um aspecto de
ironia dramática espetacular. O sotaque de David Tennant não me convenceu. A
policial Elie Miller britânica é muito mais gostável. O trunfo da série é o
problemão criado pelo desfecho. Vi essa versão porque prometeram diferença e
atiçou-me a curiosidade saber se teriam ideia tão boa quanto a do original.
Pois bem, pra mim o final norte-americano tem jeitão de gambiarra; é sem ser,
em sendo não é. Pra que adicionar 2 capítulos ao número original se nada de
relevante foi inserido? Nem perca tempo com Gracepoint, veja Broadchurch.
As plataformas de produção de conteúdos se alargam
(esperemos que não apenas pra ruminar mais do sempre mesmo) e a gigantesca
Amazon transpôs o detetive Harry Bosch do papel ou papiro virtual pra telinha
de TV, PC, tablet ou smart. A temporada completa foi disponibilizada dia 13 de fevereiro no Amazon Instant Video.
Metido a durão noir que quer tudo do seu jeito,
Harry é meio anacrônico e noir anos 40 num mundo que prega a diferença, mas faz
de tudo pra padronizar.
A ossada dum menino é descoberta nas colinas de Hollywood
e a brutalidade revelada pelo perito forense incomoda Harry, que também teve
infância sofrida. Paralelamente, um serial killer aterroriza LA. A ligação
entre as tramas é forçada e aleatória demais, além de uma cancelar o interesse
da outra. No quesito assassino em série, a argentina Epitáfios dá um banho (de
sangue) na do Tio Sam. Personagens secundários sem carisma, ações vistas em
trocentos shows e apelações na composição dos protagonistas enfraquecem muito
Bosch, que acaba valendo pela atuação de Titus Welliver. Mas se for por
atuação, Júlio Chaves também brilha em Epitáfios, então...
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