terça-feira, 26 de maio de 2015

ALERTA ALBINO NO MALAWI, BURUNDI E TANZÂNIA

As Crianças Caçadas Devido a Sua Pele: os jovens albinos do Malawi sob proteção da polícia e do exército a fim de protege-los de caçadores que os matam para para que seus corpos sejam usados em rituais de magia

Catherine Amidu, 12, sits in her home Malawian home, in a region where six albinos have been killed since December

COREY CHARLTON
(Tradução: Roberto Rillo Bíscaro)

Estas são as pessoas com albinismo (PCAs) colocadas sob proteção da polícia e do exército em uma tentativa desesperada de deter o cruel mercado de partes de corpos de PCAs, que atua na África Oriental.
No Malawi, os policiais receberam ordens para atirar em qualquer um pego atacando PCAs, enquanto o Primeiro-Ministro tanzaniano incentivou os cidadãos a matarem quem for capturado com partes de corpos de albinos. No vizinho Burundi, jovens albinos de toda a África Oriental estão sendo abrigados em acomodações especiais sob proteção militar na tentativa de deter os agressores.
Essas medidas drásticas vêm no momento que a ONU relata que pelo menos 15 PCAs, a maioria crianças, foram mortas, feridas ou raptadas na África Oriental nos últimos 6 meses.
Partes de corpos de albinos são valorizadas em magia negra e feitiçaria, porque se crê que poções preparadas com partes de seus corpos trarão sorte, amor e riqueza.

Femia Tchulani, 42, lives in constant fear of attackers who target and kill albinos in order to sell their body parts on the black market

A mais recente diretiva veio do Inspetor Geral da Polícia do Malawi, Lexen Kachama, que instruiu os policiais a atirarem em quaisquer “criminosos perigosos” pegos raptando albinos.
“Atire em todo criminoso que reagir violentamente ao ser surpreendido abduzindo PCAs”, declarou Kachama, acrescentando que estava ordenando que a polícia a usar armas de acordo com a proporção do crime. “Não podemos apenas assistir a nossos amigos albinos sendo mortos como animais todos os dias. Sabemos que esses infratores são violentos, impiedosos e, portanto, precisam ser tratados como tal.” 
Essas palavras vieram apenas um mês depois que um cidadão do Malawi foi preso tentando estrangular um garoto albino de 16 anos.
Afirmação parecida fora feita pelo Primeiro-Ministro tanzaniano Mizengo Pinda, em 2009, quando incentivou cidadãos a matarem qualquer capturado de pose de partes de corpos de PCAs.
Grupos de defesa dos albinos têm pedido por maior proteção às PCAs, mas afirmaram que matar suspeitos não deteria os criminosos, porque somas muito altas são oferecidas por partes de corpos. Assim, provavelmente pessoas ainda correriam o risco por causa da recompensa prometida.
Feiticeiros podem pagar milhares de dólares por um jogo completo de partes de corpos albinos, segundo um relatório da Cruz Vermelha.
Vicky Ntetema, diretora-executiva da ONG canadense Under The Same Sun, disse que ativistas querem justiça para os raptados, mutilados e mortos.
“Temos que lembrar, porém, que todos aqueles marginais pegos com a mão na massa são peixes pequenos – agentes e executores para os tubarões. Matá-los não nos auxiliará a pegar os mentores, aqueles com dinheiro para contratar essas gangues, que continuam a aterrorizar pessoas inocentes e suas famílias.”
Ntetema admoestou as polícias da Tanzânia, Malawi e Burundi a interrogarem suspeitos a fim de obterem informações sobre os curandeiros que utilizam partes de corpos de PCAs e seus clientes.
“Precisamos nos unir e achar os culpados escondidos por detrás dos assassinos. Por que as pessoas matariam PCAs se não houvesse procura por seus órgãos?”, ela questiona.
O martírio das PCAs na África Oriental tem piorado nos últimos anos, de acordo com dados da ONU e das polícias, com temores de que as eleições deste ano na Tanzânia suscitarão novos ataques, pois políticos poderão buscar por sorte nas urnas.
O Alto Comissário da ONU para Direitos Humanos, Said Zeid Ra'ad Al Hussein, urgiu os governos africanos a combaterem a impunidade nos crimes contra PCAs.

O albinismo é uma desordem congênita que afeta cerca de uma em cada 20 mil pessoas, segundo autoridades médicas. É mais comum na África sub-saariana e aflige cerca de um tanzaniano em cada 1.400. 
An albino boy sits between his two parents at their home in Malawi

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